Defesas de mestrado
Datas, Horários e Arquivos15 de dezembro de 2021 -- Matheus Porto Mendonça
Orientador: Luciana Zaterka (PPGFGFIL/UFABC)
Banca: Luciana Zaterka (Presidente/UFABC); Paulo Vieira Neto (UFPR); José Eduardo Marques Baioni (UFSCar)
Dissertação: Espinosa, Imaginação e a Produção da Servidão
Agenda: 15/12/2021 – 14:30
Resumo:Na gênese do neoliberalismo encontramos uma profunda desilusão com os ideais liberais. Essa desilusão ganha força após as práticas que autorizaram os países a entrarem em guerra no início do século XX, uma vez que o sucesso desses empreendimentos indicavam contradições profundas na teoria liberal. Autores como Walter Lippmann (1889-1974) e Edward Bernays (1891-1995) encontraram a acrasia como parte constituinte da condição humana e desenvolveram teorias e práticas que primavam mais pelo controle da população através de sua imaginação do que pela pretensa liberdade do ideal liberal clássico. A presente dissertação visa investigar a contribuição que a teoria espinosana pode oferecer para lidarmos com a questão, criticando práticas que se estabelecem a partir da promoção da servidão de uma população por meio da imaginação de seus membros. Objetivando explicitar a dissolução da acrasia na teoria do autor seiscentista, iremos analisar o primeiro gênero de conhecimento, a força política dos afetos e o processo pelo qual se dá a servidão em Espinosa (1632-1677). Com esse movimento, esperamos poder demonstrar a possibilidade de superação da solução neoliberal e publicitária.
Palavras-chave: Acrasia;Consentimento;Espinosa;Imaginação;Servidão
09 de Agosto de 2021 – Wellington Teixeira Gonçalves
Orientadora: Luciana Zaterka (PPGFGFIL/UFABC)
Banca: Luciana Zaterka (Presidente/UFABC); LUIZ ANTONIO ALVES EVA (Titular/UFABC); PLÍNIO JUNQUEIRA SMITH (Unifesp); FERNANDO COSTA MATTOS (Suplente/UFABC); JOSÉ EDUARDO MARQUES BAIONI (Suplente/UFSCar).
Dissertação: A OBSCURA NOÇÃO DE SUBSTÂNCIA EM JOHN LOCKE
Agenda: 09/08/2021 – 14:00
Resumo: A importância das contribuições de John Locke (1632-1704) para a epistemologia, embora amplamente reconhecidas, podem ser frequentemente mal compreendidas, de modo particular a sua noção de substância, a partir da interlocução com uma teoria dos corpos materiais fundada sobre a égide da filosofia experimental seiscentista. A inversão lógica da investigação do conhecimento, dos efeitos para as causas, bastante alinhada ao método científico que Locke perseguia, coloca as propriedades dos corpos em evidência, em detrimento de sua natureza substancial, que não pode ser conhecida pelas nossas faculdades limitadas. Estabelece-se, assim, a importante e fundamental distinção epistemológica entre o Ser e a Ideia de substância, que nos coloca diante da tensão disruptiva da modernidade, cuja herança viria ser a eliminação, ou preterição, cada vez mais acelerada do conceito tradicional de substância. O objetivo desta pesquisa é investigar como se constituiu esse caminho, dentro do projeto lockeano, que levou à inversão lógica do conhecimento da realidade das coisas, das qualidades para a sua constituição interna, como uma resposta mais adequada do que a problemática substância da tradição.
Palavras-chave: John Locke; substância; teoria do conhecimento; ideia; filosofia experimental.
23 de Abril de 2021 – Maria Fernanda Gonsalves de Olie Oliveira
Orientadora: Suze Piza (PPGFGFIL/UFABC)
Banca: Suze Piza (Presidente/UFABC); Marilia Pisani (Titular/UFABC); EDUARDO DAVID DE OLIVEIRA (UFBA); REGIMEIRE OLIVEIRA MACIEL (Suplente/UFABC); Daniel Pansarelli (Suplente/UFABC).
Dissertação: DOS SENTIDOS GEOGRÁFICOS DA PRODUÇÃO DO PENSAMENTO FEMINISTA NEGRO: Língua, Quilombo e Ginga(Suplente/USP)
Agenda: 23/04/2021 – 15:00
Resumo:O presente trabalho pretende estabelecer um diálogo entre as reivindicações de validação de conhecimento da epistemologia do pensamento feminista negro propostas por Patrícia Hill Collins em seu livro Pensamento Feminista Negro (2019), além dos contornos e características do pensamento feminista negro através do olhar desta pensadora, que se verificam na produção analisada das obras de autoras feministas estadunidenses como bell hooks e Angela Davis, em ginga com a categoria político cultural da Amefricanidade proposta por Lélia Gonzáles na década de 1980, que dialoga com outras pensadoras brasileiras como Beatriz Nascimento, Angela Figueiredo e Sueli Carneiro. A proposta é pensar em uma determinação cartográfica da produção do pensamento que contemple uma ponte para a amefricanidade através da linguagem, ao mesmo tempo em que recria a categoria do quilombo enquanto criação e manutenção de um corpo-território ligado à terra, aos afetos e à cultura.
Palavras-chave:Epistemologia. Gênero. Racismo. Amefricanidade. Língua.
05 de Abril de 2021 – Michele Teixeira Bonote
Orientadora: Nathalie de Almeida Bressiani (PPGFGFIL/UFABC)
Banca: Nathalie de Almeida Bressiani (Presidente/UFABC); Ingrid Cyfer (Unifesp); Lea Silveira (UFLA); Aléxia Bretas (Suplente/UFABC); Ana Cláudia Lopes (Suplente/USP)
Agenda: 05/04/2021 – 14:00
Link: meet.google.com/xjx-rshz-mxc
Dissertação:Da performatividade à melancolia: narrativas de resistência e ação em Judith Butler
Resumo: Em Problemas de Gênero, Judith Butler parte de uma análise do poder de matriz foucaultiana para problematizar a centralidade concedida à categoria “mulheres” dentro da política representativa feminista. Para sustentar essa posição, ela realiza uma genealogia dessa categoria, retomando os discursos de poder que estruturaram a concepção de identidade como pré-requisito metodológico e normativo da política. Ao fazer isso, a autora rejeita a distinção sexo/gênero, mostrando como o “sexo” é também uma categoria culturalmente construída, e reformula a concepção de gênero como performativa, em defesa de uma política subversiva imanente de ressignificação das normas hegemônicas de gênero. Esta posição rendeu inúmeras críticas e interpretações diversas sobre as (im)possibilidades de resistência e ação em sua teoria. Após três anos da publicação de seu livro, Butler lança Corpos que importam, no qual resgata a teoria do ato de fala de Derrida para reavaliar a performatividade como citacionalidade/iterabilidade, esclarecendo o caráter nem determinista, nem voluntarista de sua obra, que repensa o conceito de agência independente da ficção de um sujeito pré-existente. No entanto, é somente em 1997, com o livro A Vida Psíquica do Poder, que Butler retoma a discussão sobre o paradoxo da agência. Neste livro, a filósofa aprofunda sua explicação através da psicanálise e, principalmente, do processo da melancolia, para mostrar como as normas sociais são incorporadas e ressignificadas psiquicamente. Em um movimento que vai da performatividade à melancólica, passando pela citacionalidade, esta dissertação empreende uma reconstrução que retoma e analisa os caminhos e conflitos teóricos pelos quais a teoria da performatividade de Butler passou ao longo dos anos de 1990, buscando esclarecer e aprofundar sua compreensão sobre as narrativas de resistência e ação de uma política performativa subversiva.
Palavras-chave: performatividade, citacionalidade, melancolia, agência, subversão
11 de Março de 2021 – Amanda Soares de Melo
Orientadora: Nathalie de Almeida Bressiani (PPGFGFIL/UFABC)
Banca: Nathalie de Almeida Bressiani (Presidente/UFABC); Ingrid Cyfer (Unifesp); Lea Tosold (USP); Bruna Vasconcellos (Suplente/UFABC); Rúrion Melo (Suplente/USP)
Agenda: 11/03/2021 – 14:00
Link: meet.google.com/rxx-ggwr-juj
Dissertação: A INSTABILIDADE DAS CATEGORIAS NA ANÁLISE FEMINISTA: reformulando gênero e identidade a partir de Judith Butler e Iris Young
Resumo:Em Problemas de Gênero: Feminismo e Subversão da Identidade, Judith Butler critica a forma como o feminismo tradicionalmente manteve um injustificado binarismo entre feminino e masculino, a partir da conhecida dicotomia entre gênero e sexo. Ao realizar uma desconstrução dessas categorias, mostrando como o conteúdo do gênero e do sexo são construídos e contingentes, Butler também esvazia o sujeito político feminista conhecido como “mulher”. Dada a heterogeneidade do conteúdo que constitui a categoria “mulher”, Butler retoma as denúncias de exclusão e silenciamentos de mulheres dentro do feminismo, para mostrar que, categorias que expressam identidades não podem ser explicadas como resultado de uma essência compartilhada entre membros de determinado grupo ou características comuns a todos eles. Alguns críticos, como Iris Young, consideraram essa negação do sujeito político do feminismo como um risco que poderia minar o seu potencial político. Oferecendo uma resposta diferente ao dilema da exclusão, Young incorpora a crítica de Butler às identidades, sem com isso aderir sua proposta política. Entendendo que a categoria de “gênero” não é dispensável para o feminismo ao teorizar as estruturas sociais e não a subjetividade, Young visa combinar um quadro teórico desconstrutivo com um modelo de representação de grupos sociais, trabalhando a noção de “serialidade” originalmente cunhada por Sartre. Seu objetivo é dar conta de uma descrição coletiva das mulheres, sem naturalizar e reificar a categoria. Nessa dissertação, nosso objetivo é reconstruir esse debate, analisando as propostas avançadas pelas duas autoras.
Palavras-chave:Teoria Feminista, Identidade, Gênero, Judith Butler, Iris Young.
09 de Março de 2021 – Juan Alexander Salazar Silva
Orientadora: André Luis La Sálvia (PPGFGFIL/UFABC)
Banca: André Luis La Sálvia (Presidente/UFABC); Cintia Viera da Silva (Titular/UFOP); João Perci Schiavon (Titular/PUC-SP); MARILIA MELLO PISANI (Suplente/UFABC); RENATA PEREIRA LIMA ASPIS (Suplente/UFMG)
Dissertação: Esquizografias Anedípicas
Agenda: 09/03/2021 – 10:00
Resumo: Esta pesquisa-texto traça um movimento duplo que se ocupa tanto da sua forma de escrita como de seu conteúdo, sendo que trata daquilo que ressoa da leitura de O anti-Édipo de Deleuze e Guattari, em fricção com a metapsicologia freudiana, especialmente ao que tange os conceitos de inconsciente e pulsão (sexual). Nessa tensão, se costura um plano de imanência para os conceitos aqui recortados e forjados, amalgamados por uma certa autoteoria que reconduz uma multiplicidade de situações para essa enxurrada singularizante dita esquizográfica e anedípica. Se reconhece nisso um método no anti-Édipo, que possui como característica o esgotamento do estilo e a produção de uma agramaticalidade esquizofrênica que busca se presentificar aqui. Formula-se assim uma clínica dos desvios e das conjunturas, que permite constatar que a esquizo-análise não é uma anti-psicanálise: esquizofrenizar a psicanálise é verificar as mobilizações que o processo esquizofrênico causa na centralidade representativa de Édipo, promovendo assim o esquizo como personagem conceitual e potência instauradora do real, que fazem cair a condição da perda da realidade: transpassagem. Posteriormente, os impasses entre um inconsciente maquínico e o inconsciente representativo freudiano são tratados de maneira a se legitimar um inconsciente que existe para fora de uma interioridade do sujeito (derramamento social), configurando uma autopoiesis da produção desejante que operacionaliza as máquinas desejantes e a subjetividade. Chega-se então ao corpo, onde se estabelecem pontos de ligação entre o corpo pulsional caracterizado principalmente pelos processos de investimento da pulsão sexual que constitui um corpo perverso polimorfo, fragmentado e indiferenciado entre seu dentro e o fora. Estes processos nos aproximam do corpo sem órgãos, tanto de seu aspecto imanente, de uma superfície deslizante e improdutiva que permite o investimento e produção das próprias pulsões e das máquinas desejantes; como de seu aspecto experimental, da possibilidade de se recortar a potência de um corpo esquizo tornando-o vivo e existente. E numa vastidão incompleta essa pesquisa-texto se encerra, vinculando a pulsão e o inconsciente à existência e ao real. A pulsão diz tanto da possibilidade de ser investida livremente em distintos campos de força que não condizem com uma premeditação ou uma origem de seus fluxos inconscientes, como diz desta condição de que um corpo não é um organismo a espera de ser emulado, mas sim um corpo com a necessidade de ser injetado de libido para se criar uma condição de acoplamento entre suas distintas partes e o mundo, para se criar uma condição ímpar de existência: um corpo sem órgãos. E o inconsciente não é uma força apartada disso tudo, ele é também o óleo destas máquinas desejantes e os fluidos destes corpos, ele é como uma força de povoamento de exílios e desertos, sendo que ele não é o atingimento destas ações, mas uma carga-múltipla que se coloca neste processo de povoamento – uma força.
Palavras-chave: Deleuze; Guattari; esquizoanálise; psicanálise; Freud
2020:
10 dissertações defendidas
15 de Dezembro de 2020 – Samantha Lopes Inácio da Silva
Orientador: Eduardo Nasser (PPGFGFIL/UFABC)
Banca: Eduardo Nasser (Presidente/UFABC); Fernando Costa Mattos (UFABC); Luís Eduardo Xavier Rubira (UFPEL); Luciana Zaterka (Suplente/UFABC); BRUNO BATISTA RATES (Suplente/USP)
Agenda: 15/12/2020 – 10:00
Dissertação: A vontade de poder em Psicologia do Inconsciente de C.G. Jung
Resumo: A nossa proposta será explanar como o conceito de vontade de poder, originariamente formulado por Friedrich W. Nietzsche, é usado por C. G. Jung em sua obra Psicologia do Inconsciente (Über die Psychologie des Unbewussten) para resolver um problema presente na primeira escola psicanalítica, a saber, a unilateralidade da neurose. Analisando primeiramente como Jung identifica lacunas na teoria da repressão freudiana, é possível acompanharmos como seu argumento nos levará à uma nova reformulação da neurose, através de um outro ponto de vista, como consta em sua obra, da apropriação que Alfred Adler faz do conceito vontade de poder de Nietzsche. Em Psicologia do Inconsciente, veremos que Jung se valerá do antagonismo entre a teoria de Eros de Sigmund Freud, que defende veementemente a repressão da pulsão erótico-sexual como força motriz da doença nervosa e, a teoria de Alfred Adler, que, por sua vez, considera o poder contemplado pelo ego como o principal mecanismo característico do caráter nervoso. Ao analisar, de igual modo, ambas as teorias – tanto suas contribuições como suas lacunas –, Jung chegará na conclusão de que o problema da neurose pode ser resolvido a partir de uma síntese entre Eros e a vontade de poder. É, por fim, através da possibilidade de unificação desses antagonismos que Jung desenvolverá uma ideia basilar em sua Psicologia Analítica, a saber, os tipos psicológicos (ou tipos de atitude).
Palavras-chave: Inconsciente; neurose; repressão; Vontade de Poder; sentimento de inferioridade
21 de Setembro de 2020 – Fernando Tadeu Barduzzi Tavares
Orientador: Matteo Raschietti (UFABC)
Banca: Matteo Raschietti (Presidente/UFABC); Marcelo Antônio da Silva (Instituto São Boaventura); Ênio Paulo Giachini (FAE-PR); CRISTIANE NEGREIROS ABBUD AYOUB (Suplente/UFABC); MARIA CECILIA LEONEL GOMES DOS REIS (Suplente/UFABC)
Agenda: 21/09/2020 – 16:00.
Dissertação: Imagem e União com o Absoluto – Considerações Sobre o Pensamento de Mestre Eckhart e seus Desafios Para o Ser Humano no Mundo Contemporâneo
Resumo: Esta pesquisa tem por objetivo esboçar um estudo sobre o processo de união do ser humano com o Absoluto no mundo contemporâneo à luz do pensamento de Meister Eckhart. A supervalorização da imagem nos dias atuais tem contribuído para com uma substituição daquilo que de fato “é” por aquilo que “aparenta ser”, e “ver” pode se tornar então o oposto de “conhecer”. Assim, a cultura da imagem na sociedade contemporânea pode retardar ou mesmo impedir ao ser humano de conhecer verdadeiramente e de se encontrar com o Absoluto, pois tal encontro exige um despojar-se das imagens que se armazenam na memória, no hipocampo cerebral, e lançar mão da visão e das memórias da alma. Eckhart, mestre dominicano alemão, concebia a imagem do Absoluto refletida na alma humana a partir da desconstrução de todas as outras imagens nela pré-concebidas, e sua teoria se faz mais atual do que nunca. Por isso, através do estudo da obra eckhartiana, este projeto de pesquisa buscará mostrar a importância da desconstrução da imagem tradicional de Deus para que se alcance o conhecimento do Absoluto, em espírito e em verdade.
Palavras-chave: Cognoscibilidade do Absoluto. União com o Absoluto. Meister Eckhart.
03 de Setembro de 2020 – João Leo Pinto Lima
Banca: MATTEO RASCHIETTI (Presidente/UFABC); BRUNO PONTES DA COSTA (UNIQ); ÊNIO PAULO GIACHINI (FAE-PR); CRISTIANE NEGREIROS ABBUD AYOUB (Suplente/UFABC); MARIA CECILIA LEONEL GOMES DOS REIS (Suplente/UFABC)
Agenda: 03/09/2020 – 17:00.
Dissertação: A DIVINDADE NA ALMA HUMANA NO PENSAMENTO DE MEISTER ECKHART E UM POSSÍVEL PARALELO COM A PSICANÁLISE (KEPPE)
Resumo: Partindo da ideia de que o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus, Mestre Eckhart acreditava que no fundo da alma encontra-se presente uma centelha do Verbo Divino, o Logos. No entanto, o homem interpõe muitos elementos entre si e essa presença divina em seu interior, através de imagens formadas do mundo exterior, que encobrem ou o distanciam da união ou igualdade com esse centro genuíno na alma. Para reparar essa dificuldade, o dominicano sugeria uma nova prática (ou uma ausência de prática, ou seja, um ‘não fazer’) para o homem redescobrir ou retornar a esse divino original em seu fundo, o que o dominicano denomina de “desprendimento” (Abgeschiedenheit em alemão), ou seja, um desligamento de tudo o que encobre a alma do que há de divino em sua essência. A Psicanálise Integral (desenvolvida por N. Keppe) também considera o ser humano em três instâncias: a sanidade básica ligada ao divino na essência humana; o afastamento e deturpação que se faz a ela por intermédio da psicopatologia; e a recuperação dessa essência sã através do processo psicanalítico da conscientização. Tendo-se notado uma aparente semelhança entre o sistema de Mestre Eckhart e as descobertas de N. Keppe no campo da psicanálise, a presente dissertação analisará os pontos-chaves de ambas os sistemas, a partir da literatura disponível, sugerindo a possibilidade de um futuro estudo comparativo interdisciplinar para se averiguar tal hipótese. Este trabalho está dividido em quatro capítulos, concluindo com algumas considerações finais, da seguinte forma: serão abordados os três momentos das duas correntes de pensamento: a natureza divina da essência humana; o encobrimento de tal estado natural original; e a proposta que cada uma oferece para se retornar ao estado conforme a criação. Inicialmente discorreremos sobre os três momentos em Mestre Eckhart, em seguida apresentaremos as bases da Psicanálise Integral, e finalmente serão examinados alguns pontos que sugerem a aparente semelhança entre os sistemas, para uma possível comparação futura, sem desconsiderar, evidentemente, a devida distância temporal e histórica entre ambas as doutrinas.
Palavras-chave: Eckhart, Alma, Imagem, Keppe
27 de Agosto de 2020 – Alberto Edmundo Fabricio Canseco
Banca: Aléxia Bretas (Presidente/UFABC); Carla Rodrigues (UFRJ); Lea Tosold (USP); Marilia Pisani (Suplente/UFABC); Bruna Mendes (Suplente/UFABC)
Agenda: 27/08/2020 – 14:30.
Dissertação: Prazeres de(s)coloniais: traduzindo o feminismo pró-sexo
Resumo: O objetivo desta pesquisa é fazer um exercício de tradução de(s)colonial das reflexões do feminismo pró-sexo. Para isso, em primeiro lugar, oferecerei uma teoria do reconhecimento que permita trabalhar sobre o problema do sujeito e seu lugar de fala. Em segundo lugar, estudarei as posições das feministas pró-sexo no contexto das “Guerras Feministas do Sexo”, debate entre feministas que teve lugar nos fins dos anos setenta, no começo dos anos oitenta nos Estados Unidos. Em terceiro lugar, problematizarei a possibilidade de atender às interpretações que os sujeitos coloniais fazem de suas experiências sexuais, as quais serviriam de insumos para a confecção de uma teoria radical da sexualidade – proposta do feminismo pró-sexo. Esta pesquisa foi realizada com o apoio da CAPES.
Palavras-chave: Feminismo pró-sexo; Prazeres; Colonialidade; Tradução; Reconhecimento; Sexualidade
17 de Agosto de 2020 – Kailla Oliveira Santos
Banca: Sílvio Carneiro (Presidente/UFABC); Nathalie Bressiani (UFABC); Mariana Pimentel (UFPE); Marília Pisani (Suplente/UFABC); Aléxia Bretas (Suplente/UFABC)
Agenda: 17/08/2020 – 14:00.
Local:por participação remota https://conferenciaweb.rnp.br/
Dissertação: O POTENCIAL NORMATIVO DE AXEL HONNETH: Um estudo sobre a luta por reconhecimento
Resumo: Axel Honneth fundamenta sua filosofia nos debates da Teoria Crítica. Isso significa que nosso autor desenvolve sua investigação filosófica desde as perspectivas expressas pela primeira geração de Max Horkheimer e Theodor Adorno até a “virada linguística” de Jürgen Habermas. Neste sentido, nosso autor procura desenvolver uma crítica do tempo presente como uma contribuição para uma via emancipatória constituída pela análise das contradições sociais, isto é, a “crítica imanente” da luta por reconhecimento de Honneth. Este é um movimento tenso próprio à filosofia honnethiana, que pressupõe perspectivas imanentes e transcendentes; uma relação que se origina do Idealismo Alemão, especialmente da perspectiva normativa da filosofia do jovem Hegel. Aqui, as experiências de desrespeito aparecem como uma forma central de lutas por reconhecimento. No entanto, Honneth mobiliza questões empíricas sobre as relações intersubjetivas, evitando o idealismo resultante da visão ética de Hegel. Além disso, nosso autor procura evitar um déficit sociológico próprio à filosofia da história de Adorno e Horkheimer, na qual a razão se torna um sinal de dominação pura. De modo diverso, Honneth desenvolve uma crítica das lutas sociais como um fenômeno do reconhecimento. Desde então, Honneth está próximo à ação comunicativa de Habermas. No entanto, nosso autor constitui uma gramática normativa das lutas sociais baseada nos processos intersubjetivos da interação social, uma esfera ao mesmo tempo empírica e normativa do reconhecimento social. Assim, nós procuramos apresentar esta perspectiva honnethiana baseada na relação tensa entre fundamentos empíricos e transcendentais. Decerto, este é o centro de nosso estudo: qual é o significado de uma Teoria Crítica empírico-transcendental de Honneth? Uma questão que também traz alguns problemas. Se é verdade que nosso autor escapa de déficits sociológicos, poderia ele também escapar de outros, como os déficits políticos no reconhecimento de lutas sociais externas às demandas da sociedade estabelecida, como os conflitos de diferentes culturas? Há um déficit em compreender as demandas empíricas para uma autorrealização como horizonte normativo?
Palavras-chave: Crítica imanente, Reconhecimento, imanência e transcendência, Patologias sociais, Axel Honneth.
14 de Agosto de 2020 – Angélica Cristiane Martins
Banca: Flamarion Caldeira Ramos (Presidente/UFABC); Marilia Pisani (UFABC); Yara Frateschi (UNICAMP); Bruno Nadai (Suplente/UFABC); Edson Teles (Suplente/UNIFESP)
Agenda: 14/08/2020 – 10:00.
Local:por participação remota
Dissertação: AÇÃO E LIBERDADE POLÍTICAS NA FILOSOFIA DE HANNAH ARENDT: as condições de possibilidade de uma retomada nas sociedades atuais
Resumo: A presente dissertação tem como objetivo responder a seguinte questão: quais são as condições de possibilidade de retomar a ação e a liberdade políticas nas sociedades atuais de acordo com a filosofia política de Hannah Arendt? Tal questão surge em razão do diagnóstico arendtiano acerca da Modernidade em que a pensadora destaca que o surgimento da esfera social e da sociedade apagaram as fronteiras entre as esferas pública e privada e alçaram as necessidades vitais, outrora pertencentes ao domínio privado, ao status de problema público. O problema disso, para Arendt, é que a política se transformou em um instrumento da economia, a ação política foi degradada como uma atividade da ordem da necessidade enquanto o trabalho ascendeu como atividade mais importante da condição humana e a liberdade, como participação ativa dos negócios públicos, perdeu sua esfera de atuação, sendo apartada da política e confundida com a libertação. Para responder à questão desta dissertação, além de retomarmos esse diagnóstico, iremos explanar a concepção arendtiana acerca das atividades pertencentes à vita activa (trabalho, obra e ação) e os demais conceitos que a amparam (natalidade, igualdade, pluralidade) bem como exploraremos o entendimento de Arendt sobre as esferas pública e privada, especialmente na Antiguidade, a fim de entendermos as bases de seu pensamento político. Assim, recuperaremos a leitura arendtiana sobre as Revoluções Americana e Francesa para entendermos como os franceses deixaram como legado à política a libertação das necessidades e como os americanos, a partir da constituição da liberdade na fundação de sua República, deixaram como legado condições favoráveis que possibilitam ainda hoje a retomada da capacidade de agir e das atividades da liberdade nos Estados Unidos.
Palavras-chave: Ação, liberdade, política, esfera pública, modernidade.
11 de agosto de 2020 – Maria Helena de Novais
Banca: Luciana Zaterka (Presidente/UFABC); Victor Marques (UFABC); Wilson Frezzatti Júnior (UNIOESTE); José Baioni (Suplente/UFSCar); Marilia Pisani (Suplente/UFABC)
Agenda: 11/08/2020 – 14:00.
Local:por participação remota: https://meet.google.com/buk-ag
Dissertação: O Além-do-Homem Como Alternativa ao Trans-Humanismo
Resumo: A associação do conceito nietzschiano de além-do-homem com o trans-humanismo tornou-se tema de acirradas discussões internacionais. Com o intuito de ir além da polêmica, esta dissertação adotou como objetivo analisar as possibilidades da adoção da ética do além-do-homem como alternativa ao trans-humano. Inicialmente, levantou-se a hipótese que ambos os conceitos são distintos, têm bases valorativas diferentes, sendo que o primeiro pode ser alternativa desejável ao segundo. Na análise conceitual do trans-humanismo, utilizou-se como ponto de partida a obra A História do Pensamento Trans-Humanista, de Nick Bostrom, e Trans-Humanismo: a busca tecnológica do melhoramento humano, de Antonio Diéguez. Estas colocaram em evidência as variáveis valorativas intrínsecas ao conceito: o cientificismo e a melhoria do humano. Foram analisadas, então, as relações do pensamento trans-humanista com o Positivismo de Auguste Comte, com o evolucionismo de Charles Darwin e o com o eugenismo de Francis Galton. Posteriormente, ao abordar a filosofia de Nietzsche, na fase madura de sua produção, foi examinado o conceito de vontade de potência, que coloca o homem como criador de valores, a ciência moderna como expressão de decadência, o niilismo como processo histórico de criação e destruição de valores, o além-do-homem como possibilidade aberta ao homem superior empenhado em tornar-se quem é, aceitando a vida com seus obstáculos e suas dores. Foi possível constatar que o além-do-homem como alternativa ao trans-humanismo, exige a criação de uma gaia ciência, a aceitação do sofrimento e da dor como via privilegiada e indispensável do tornar-se quem se é e de superação de si. Embora sejam filosofias divergentes e diante do avanço irreversível do desenvolvimento tecnocientífico, a filosofia de Nietzsche ainda se mostra um caminho interessante de reflexão frente ao trans-humanismo, pois aponta, sobretudo, para possibilidades emancipatórias.
Palavras-chave: Nietzsche. Trans-Humanismo. Além-do-Homem. Tornar-se quem se é. Melhoramento Humano. Cientificismo.
08 de Junho de 2020 – Roger Augusto Barbosa Montemor
Banca: Sílvio Carneiro (Presidente/UFABC); VLADIMIR PINHEIRO SAFATLE (USP); SÍLVIO ROSA FILHO (UNIFESP); FLAMARION CALDEIRA RAMOS (Suplente/UFABC); JORGE LUÍS DA SILVA GRESPAN (Suplente/USP)
Agenda: 08/06/2020 – 15:00.
Local:por participação remota https://conferenciaweb.rnp.br/
Dissertação: O CONCEITO DE “SER GENÉRICO” NO INTERIOR DA CRÍTICA À SOCIEDADE MODERNA NOS “MANUSCRITOS ECONÔMICOS-FILOSÓFICOS” DE KARL MARX
Resumo: Trata-se de investigar os diferentes momentos da crítica de Karl Marx nos Manuscritos econômico-filosóficos, a partir, principalmente, do conceito de ser genérico (Gattungswesen). Com efeito, questionamos quais as consequências do papel que este conceito assume para a crítica. Para tanto, num primeiro momento, procura-se apresentar os Manuscritos econômico-filosóficos, algumas interpretações acerca do texto e os caminhos da crítica de Marx até os Manuscritos econômico-filosóficos. Num segundo momento, analisar-se-á alguns momentos da crítica de Marx centrada no conceito de ser genérico. Num terceiro momento, analisar-se-á a crítica de Marx centrada nas considerações das categorias da economia política. Neste sentido, tem-se a hipótese de dois momentos da crítica de Marx à sociedade moderna que parecem entrar em tensão: um momento positivo, caracterizado por considerações sobre a essência humana, compreendida como ser genérico; e um momento negativo, onde o eixo da crítica é deslocado para as análises das categorias da economia política. Tal problemática se desdobra em debates futuros em torno do próprio marxismo, como será verificado a partir das posições de alguns intérpretes.
Palavras-chave: Crítica – Dialética – Ser genérico – Jovem Marx – Fundamentação
31 de Março de 2020 – Sue Ellen Vieira
Banca: Daniel Pansarelli (Presidente/UFABC); JORGE LUIZ ROCHA DE VASCONCELLOS (UFF); SUZE DE OLIVEIRA PIZA (UFABC); EDUARDO DAVID DE OLIVEIRA (Suplente/UFBA);CARLOS EDUARDO RIBEIRO (Suplente/UFABC)
Agenda: 31/03/2020 – 9:30.
Dissertação: Pornoklastia como ética do cuidado de si e estética da existência. Uma rota de fuga à episteme pharmacopornográfica através da escrita de si
Resumo: O primeiro movimento desta dissertação de mestrado era criar um conceito que operasse como modo de subjetivação que fosse uma rota de fuga à episteme dominante do neoliberalismo. A este conceito nomeei de pornoklastia. E essa dissertação é o primeiro passo para construção de um plano de imanência para ele. Este conceito vem responder ao problema que nos propusemos: Como encontrar modos de subjetivação que sejam alternativas éticas de práticas de liberdade que “escapem” aos dispositivos de governamentalidade neoliberal? Ao longo desta dissertação, portanto, tentei traçar um panorama da arqueologia do conceito de episteme em Foucault. Então busquei dissertar acerca da episteme como condição de possibilidade do pensamento com intuito de esclarecer como o conceito de Era de Preciado é análogo ao conceito de episteme. Por fim eu trato da estética da existência e da escrita de si como formas de governamentalidade de si que aparecem no Testo Junkie de Preciado, para inserir o conceito de pornoklastia como uma possibilidade de prática de si. Nos anexos tento traçar um panorama do conceito de pornografia além de comentar algumas performances pornoklastas.
Palavras-chave: Episteme, pharmacopornografia, Preciado, Foucault, estética da existência
17 de Janeiro de 2020 – Alexandre Henrique Luppe de Matos
Banca: Marília Mello Pisani (Presidente/UFABC); Sílvio Carneiro (UFABC); Deborah Christina Antunes (UFC); Paulo Piva (Suplente/UFABC); Eduardo Socha (UFSCar)
Agenda: 17/01/2020 – 14:30, UFABC/SBC, Sala 017 (térreo bloco Delta).
Dissertação: Sinais de Incêndio
Resumo: Nos últimos anos, um emaranhado de fenômenos que mesclam guerras culturais na internet, estratégias de comunicação política e ódios generalizados têm tensionado os limites das democracias ocidentais. Há risco iminente nos comportamentos antidemocráticos das democracias liberais contemporâneas? A obra de Angela Nagle, Kill All Normies, traça a gênese deste modo de operar que conjuga subculturas virtuais, desejos e fórmulas de transgressão, assim como sentimentos contrários à democracia. Porém, deve-se reconhecer que muito do que se debate hoje, em termos das possibilidades latentes antidemocráticas e fascistas no interior das democracias liberais, encontra-se já dentro das obras de Freud e de sua apropriação na Teoria Crítica, em particular na obra de Theodor Adorno. No entanto, para nos questionarmos a respeito desta atualidade dos problemas, necessita-se levar em consideração uma mediação histórica a respeito do advento do neoliberalismo, novas formas de subjetivação, pauperização e ressentimento. A ideia desse trabalho é, portanto, analisar como certas tendências das reflexões de Adorno e da Teoria Crítica podem superar seus pontos particulares, ajudando a compreender novas formas de psicologia social das massas.
Palavras–chave: democracia, fascismo, guerras culturais, Adorno, Teoria Crítica
2019
20 dissertações defendidas
19 de Dezembro de 2019 – Pedro Henrique Carquejeiro
Banca: Paula Priscila Braga (Presidente/UFABC); Marcelo Carvalho (UFABC); Celso Favaretto (USP); Aléxia Bretas (Suplente); Ruy Lopes (USP/Suplente)
Agenda: 19/12/2019 – 14:00, UFABC/SBC, Sala 017 (térreo bloco Delta).
Dissertação: Perspectiva linear:percepção do espaço, percepção de s
Resumo: Por que a perspectiva linear, sistematizada no Renascimento Italiano, persiste como forma de representação hegemônica na cultura ocidental, ainda que as condições epistêmicas para seu desenvolvimento não estejam mais presentes? Para responder à pergunta buscaremos caracterizar, em primeiro lugar, a perspectiva linear como um sistema coeso, especialmente a partir das conclusões de Panofsky (2014) e Damisch (2012). Em seguida, argumentaremos, com Koyré e Panofsky, que esse sistema inclui como parte necessária a conexão da legitimidade artística com o conhecimento científico. Por fim, retomando o conceito de visão perspectiva, de Panofsky, apontaremos para a ruptura que a arte moderna sugere, ao colocar em suspensão tanto a necessidade da conexão entre legitimidade artística e legitimidade científica, como a ideia de que a perspectiva linear é a única capaz de prover uma visão (no sentido de Panofsky). Argumentamos, finalmente, que a consistência ótica e a autorreferência atuam como condição de possibilidade da perspectiva linear, a partir da reelaboração das teorias apresentadas face à hipótese de que mudanças metodologicamente relevantes ocorreram desde o início do século XX.
Palavras–chave: perspectiva linear, consistência ótica, autorreferência, Panofsky, Damisch
17 de Dezembro de 2019 – José Alexandre Thomaz Fogaça
Banca: Matteo Raschietti (Presidente/UFABC); Cristiane Negreiros Abbud Ayuob (UFABC); Andrey Ivanov (Unesp); Caio César Cabral (Suplente); Carlos Eduardo de Oliveira (USP/Suplente)
Agenda: 17/12/2019 – 14:00, UFABC/SBC, Sala 017 (térreo bloco Delta).
Dissertação: O conhecimento das coisas nas suas naturezas próprias em S.Tomás de Aquino: uma interpretação representacionalista
Resumo: Esta dissertação procura mostrar que na teoria do conhecimento de S.Tomás o ato intelectivo dá-se segundo uma intencionalidade das próprias coisas, isto é, o ato intelectivo intenciona a quididade das coisas ou as coisas nas suas naturezas próprias, segundo um modelo realista direto. Com este objetivo buscamos refutar algumas interpretações representacionalistas da gnoseologia tomista, chamando a nosso favor algumas interpretações de certos autores, ainda que alguns deles não se posicionem explicitamente no debate entre representacionalismo e realismo direto. Recusamos a interpretação representacionalista, contemplada nessa dissertação, basicamente pelos motivos de que ela aparece-nos muito mais semelhante a um desenvolvimento em matéria de gnoseologia posterior a S.Tomás do que baseada nos próprios textos de Aquino, e de que interpreta erroneamente o conceito de similitude entre o conceito e a coisa extramental em S.Tomás. Desse modo, consideramos a interpretação realista direta menos forçosa com relação aos textos de Aquino, especialmente porque estes insistem que o conceito é aquilo por meio do qual se intelige a quididade das coisas e não tanto aquilo no qual, como num retrato, numa representação, se intenciona essa quididade, e porque S.Tomás se mostra fiel ao princípio aristotélico de que o intelecto em ato é o inteligido em ato.
Palavras–chave: intencionalidade; intelecto; representação; gnoseologia; realismo direto; representacionalismo; conceito.
16 de Dezembro de 2019 – Rafael Ferreira de Melo Brito da Silva
Banca: Flamarion Caldeira Ramos (Presidente/UFABC); Matteo Raschietti (UFABC); Helder Buenos Aires de Carvalho (UFPI); Bruno Nadai (Suplente/UFABC); Marcelo Perine (PUCSP/Suplente)
Agenda: 16/12/2019 – 19:30, UFABC/SBC, Sala 017 (térreo bloco Delta).
Dissertação: A REABILITAÇÃO DA ÉTICA DAS VIRTUDES NA FILOSOFIA MORAL DE ALASDAIR MACINTYRE
Resumo: Alasdair MacIntyre apresenta um diagnóstico da filosofia moral contemporânea bastante polêmico e catastrófico: ela se encontra numa grave desordem na sua linguagem e na sua prática. O desacordo insolúvel é consequência da mudança de paradigma moral, iniciada com a modernidade e protagonizada pelos filósofos iluministas. Tal mudança consiste na substituição do paradigma teleológico pré-moderno que tem como protagonista Aristóteles e sua obra moral de maior importância, a Ética a Nicômaco. Foi a rejeição da teleologia, também porque foi amplamente assimilada pela tradição cristã, tendo Tomás de Aquino como seu protagonista, que fez com que a moral moderna buscasse um paradigma universalista racional, mas que resultou no que aí está. A solução que MacIntyre propõe para tal situação é reabilitar a ética das virtudes pré-moderna, não em sua totalidade mas naquilo que pode ajudar a responder os desafios contemporâneos. É por isso que propõe um novo conceito de virtude, ao qual estão subordinados os conceitos de prática, unidade narrativa e tradição.
Palavras–chave: Virtude; Tradição; Prática; Unidade narrativa.
Linha de Pesquisa: Ética e Filosofia Política
Disponível em: Aguardando versão final.
16 de Dezembro de 2019 – Giovanna Ramos Möller
Banca: Marília Melo Pisani (Presidente/UFABC); Bruna Mendes de Vasconcellos (UFABC); Lea Tosold (USP); Anastasia Guidi Itokazu (Suplente/UFABC); Deborah Christina Antunes (UFC/Suplente)
Agenda: 16/12/2019 – 14:30, UFABC/SBC, Sala 017 (térreo bloco Delta).
Dissertação: TAY, a robô feminizada fascista: um estudo de caso e a contribuição da crítica feminista da tecnologia
Resumo: O objetivo desta dissertação de mestrado é refletir de maneira social e filosófica sobre o caso da robô feminizada fascista e colocar este caso como ponto de partida para discussões sobre a tecnologia e a sociedade. A expressão “robô feminizada fascista” refere-se a um software de simulação de diálogo chamado “TAY”, construído com persona feminizada pela empresa Microsoft em março de 2016. Em menos de um dia de atividade pública, o dispositivo saiu do controle corporativo e foi cooptado por grupos políticos que exploraram de forma estratégica as propriedades de aprendizado da máquina. Como resultado desses esforços específicos, o software disseminou conteúdos racistas, antissemitas, misóginos, eleitorais e de cunho sexual explícito na rede social Twitter. Para pensar sobre as implicações sociais da tecnologia, a dissertação se divide em três momentos: no primeiro, busco construir uma narrativa reflexiva dos fatos, informada por outros relatos e por materiais de imprensa da época; no segundo momento, coloco ideias que surgem desta interpretação do caso, centradas na hipótese filosófica e social da não neutralidade da tecnociência; no terceiro momento, desenvolvo essa hipótese a partir da sociologia da tecnologia e do tecnofeminismo tal como articulados nos trabalhos de Judy Wajcman. Enquanto a dissertação assume e aspira a um caráter interdisciplinar, ela também pretende exercitar o olhar crítico e historicamente informado com relação ao mundo contemporâneo. Assim, este trabalho pretende mostrar a importância da reflexão sobre os objetos tecnológicos concretos a partir das epistemologias feministas
Palavras-chave:
Linha de Pesquisa: Ética e Filosofia Política
Disponível em: Aguardando versão final.
11 de Dezembro de 2019 – Renan Alves do Nascimento
Banca: Flamarion Caldeira Ramos (Presidente/UFABC); Fernando Costa Mattos (UFABC); Maria Lúcia Cacciola (USP); Bruno Nadai (Suplente/UFABC); Eduardo Brandão (USP/Suplente)
Agenda: 11/12/2019 – 16:00, UFABC/SBC, Sala 017 (térreo bloco Delta).
Dissertação: O problema da punição jurídica na filosofia de Schopenhauer
Resumo: Esta Dissertação trata das questões correlatas ao problema da punição jurídica em Schopenhauer. Ao negar a liberdade das ações humanas, o filósofo não deixa espaço para fundamentar a responsabilidade jurídica. A lei penal, portanto, não tem a função de compensar o sujeito por suas faltas, mas de tão somente fazer evitar as ações injustas através da oferta de punições para cada ato socialmente mau. Uma vez que o mau seja praticado, a pena é executada sobre o indivíduo, o que o filósofo justifica como um aviso para que os outros cidadãos não façam o mesmo ao verem que a lei penal é cumprida. Nisso, o apenado figura apenas como um meio do qual o Estado tem um direito contratual de se servir. Tratamos do tema de se a punição não contradiz o objetivo prospectivo da lei penal de apenas fazer evitar as ações socialmente más, e buscamos a solução deste problema na doutrina do filósofo. Por fim, buscamos responder se em seu pensamento a função educativa da pena é ser admitida.
Palavras-chave: Liberdade; direito penal; punição; vontade.
Linha de Pesquisa: Ética e Filosofia Política
Disponível em: Aguardando versão final.
09 de Dezembro de 2019 – Zózimo Adeodato Fernandes
Banca: André Luis La Sálvia (Presidente/UFABC); Allan Moreira Xavier (UFABC); Renata Pereira Lima Aspis (UFMG); Alexander de Freitas (Suplente/UFABC); Rogerio Alessandro de Mello Basali (UnB/Suplente)
Agenda: 09/12/2019 – 14:00, UFABC/SBC, Sala 017 (térreo bloco Delta).
Dissertação: Devir professor: a experiência do acontecimento
Resumo: Acontecimento é a palavra chave! Seguindo os passos de Deleuze e Guattari, o acontecimento é condição mesma sob a qual o pensamento pensa, a partir de um encontro com o fora que nos força a pensar, operando um corte no caos por um plano de imanência. Assim, os encontros/acontecimentos que recortam essa pesquisa e que nortearam nossas experimentações/singularizações, podem ser divididas em três linhas de força: O primeiro é o acontecimento estético, que surge a partir de uma linha de fuga e resistência ao modus operandida escola, com sua política disciplinar e de bloqueio/controle das forças criativas. O segundo é o acontecimento político, gerado no vórtice do movimento secundarista de ocupações das escolas como forma de resistência à macropolítica que, por sua vez, desencadeou o terceiro, que é o acontecimento ético-político, caracterizado pelo processo de experimentação micropolítica das práticas escolares e suas implicações para o processo de singularização das subjetividades e para as possibilidades de reexistência. Juntas, as três linhas de força traçam o plano de imanência onde, de acordo com o título deste trabalho, consiste o devir-professor.
Palavras-chave: Gilles Deleuze; Felix Guattari; Educação; Acontecimento.
Linha de Pesquisa: Ética e Filosofia Política
Disponível em: Aguardando versão final.
30 de Outubro de 2019 – Leonardo de Serqueira Mauro
Coorientadora: Anastasia Guidi Itokazu (UFABC);
Banca: Anastasia Guidi Itokazu (Presidente/UFABC); Matteo Raschetti (UFABC); Claudemir Tossato (UNIFESP); Luciana Zaterka (Suplente/UFABC); Homero Santiago (USP/Suplente)
Agenda: 30/10/2019 – 14:30, UFABC/SBC, Sala 017 (térreo bloco Delta).
Dissertação: Da filosofia à astronomia: Johannes Kepler e a obtenção das leis dos movimentos planetários
Resumo: AO presente trabalho visa abordar a importância que o pensamento apriorístico e metafísico traz para a formulação das teorias filosóficas e científicas. Na história da astronomia, estas formas de se abordar um problema têm sido combinadas de diversas maneiras com o empirismo, pois é necessário se confrontar a tese com a experimentação. Para entendermos como a teoria pode estar aliada à experimentação, vamos estudar a maneira como Johannes Kepler, astrônomo, matemático e filósofo, obteve as leis do movimento planetário conhecidas como as “três leis de Kepler”, utilizando parte do que havia sido experimentado por outro grande cientista da época, Tycho Brahe, o heliocentrismo de Copérnico e expedientes matemáticos desenvolvidos por Ptolomeu. A teoria kepleriana estava fundamentada em seus estudos matemáticos e filosóficos, mas sua crença em um Criador geômetra não era suficiente para sustentar o modelo por ele proposto. Após coletar novos dados experimentais e rever seus métodos de abordagem, Kepler pôde, enfim, unir a teoria com a experimentação, a física com a astronomia, e esta nova abordagem deu origem à Astronomia moderna.
Palavras-chave: Astronomia, empirismo, metafísica, razão científica e filosófica.
Linha de Pesquisa: Teoria do Conhecimento
Disponível em: em processo de inclusão no sistema da Biblioteca da UFABC.
28 de Outubro de 2019 – Gustavo Mazzarão Rodrigues
Banca: Daniel Pansarelli (UFABC/Presidente); Wesley Adriano Martins Dourado (UMSP); Flamarion Caldeira Ramos (UFABC); Anastasia Guidi Itokazu (UFABC/Suplente); Leandro Candido de Souza (UnivBrasil/Suplente)
Agenda: 28/10/2019 – 19:00, UFABC/SBC, Sala 017 (térreo bloco Delta).
Dissertação: O teor político da educação em Jean-Jacques Rousseau
Resumo: A presente pesquisa tem como objeto de estudos a conexão entre as concepções de natureza, política e educação de Jean-Jacques Rousseau. Mais precisamente investigo a maneira como essas três concepções se sustentam reciprocamente e, conjugadas, formam o que chamo de projeto político pedagógico de Rousseau. A composição da pesquisa tem por base, a princípio, a análise da própria obra de Rousseau e a identificação de elementos teóricos que constituem uma unidade em seu pensamento político e pedagógico. Identificados os conceitos básicos que sustentam o pensamento de Rousseau, passo a complementar a pesquisa com comentadores. A dissertação está organizada em dois capítulos, nos quais intento estabelecer um trajeto lógico e não necessariamente cronológico. No Capítulo I é discutida a concepção de natureza humana, tendo como objetivo apresentar ao leitor a concepção de Rousseau sobre as características essenciais da natureza humana, assim como as características mentais, morais, emocionais e materiais dessa condição de natureza. Trago, ao final desse capítulo, uma reflexão sobre o processo de degenerescência, isto é, de afastamento da condição natural e edificação do estado civil. O Capítulo II é dedicado à reflexão sobre o primeiro e segundo capítulos do Contrato Social (1762) e sobre a obra Emílio ou da Educação (1762). Discuto, portanto, sobre como há uma interconexão entre o indivíduo formado segundo a pedagogia descrita no Emílio ou da Educação e a substância moral formada no interior da hipotética sociedade descrita no Contrato Social. Unindo política e educação, esse capítulo encerra os objetivos desse trabalho, a saber: identificar o teor político da proposta pedagógica de Jean-Jacques Rousseau.
PALAVRAS-CHAVE: Rousseau; natureza; educação; política; moral; ética; estado de natureza.
Linha de Pesquisa: Ética e Filosofia Política
Disponível em: em processo de inclusão no sistema da Biblioteca da UFABC.
16 de Outubro de 2019 – Gustavo Penha Lemes da Silva
Banca: Fernando Costa Mattos (UFABC); Eduardo Nasser (USP); Marco Antonio Casanova (UERJ); Carlos Eduardo Ribeiro (UFABC/Suplente); Rafael Rodrigues Garcia (UINCAMP/Suplente)
Agenda: 16/10/2019 – 14:00, UFABC/SBC, Sala 017 (térreo bloco Delta).
Dissertação: ANÁLISE DA RELAÇÃO DO ESPAÇO COM AS DISPOSIÇÕES DO DASEIN EM SER E TEMPO, DE MARTIN HEIDEGGER
Resumo: Pretende-se demonstrar a relação em geral entre disposição (Befindlichkeit) e espaço, e, de forma mais específica, uma possível ligação entre o espaço e o fenômeno da angústia no Dasein, pois esta, que tem papel decisivo no tratado, tradicionalmente compreende-se como vinculada ao fenômeno do tempo. Além da angústia, Ser e tempo aborda também a afinação (Sstimmung) do medo, já que este tem afinidade com aquela e é analisado de forma anterior e preparatória para o fenômeno da angústia, em razão de sua conexão ontológica.
PALAVRAS-CHAVE: espaço, angústia, Dasein, afinação, “Ser e Tempo”.
Linha de Pesquisa: Ética e Filosofia Política
Disponível em: em processo de inclusão no sistema da Biblioteca da UFABC.
17 de Setembro de 2019 – Mateus Soares de Souza
Coorientadora: Nathalie Bressiani (UFABC)
Banca: Bruno Nadai (UFABC); Rodnei Nascimento (UNIFESP); Fernando Mattos (UFABC); Jonas Marcondes Medeiros (Cebrap/suplente); Flamarion Caldeira Ramos (UFABC/Suplente)
Agenda: 17/09/2019 – 14:00, UFABC/SBC, Sala 019 (térreo bloco Delta).
Dissertação: Método e Totalidade em Georg Lukács: de História e Consciência de Classe à Ontologia do Ser Social
Resumo: Nosso texto pretende abordar a relação entre a noção de método e a categoria de totalidade na obra de Georg Lukács. Propomos investigar como esta categoria opera na engrenagem argumentativa de História e Consciência de Classe e como ela se transforma e passa a operar na Ontologia do Ser Social. Em História e Consciência de Classe a categoria de totalidade é tomada em dois sentidos metodológicos, entendidos aqui como a operação específica que a categoria realiza na engenharia argumentativa do autor, a saber: a soma das diversas esferas de vida para compor a ‘totalidade social’ e o processo de identidade entre sujeito e objeto. No Prefácio à Segunda Edição esta categoria sofre severa crítica e, por fim, na Ontologia do Ser Social ela se apresenta de maneira reformulada. O autor indica, no Prefácio, que a formulação inicial em História e Consciência de Classe, na perspectiva da identidade entre sujeito e objeto, apresentava uma preponderância do aspecto lógico em detrimento do aspecto ontológico. Já na Ontologia essa categoria passa a atuar metodologicamente como a articuladora das categorias de teleologia e causalidade para entendermos a categoria trabalho, em sua atividade de “pôr teleológico”, apresentada como “princípio ontológico fundamental”. A totalidade também se faz presente na argumentação da categoria de reprodução social, entendida como um ‘complexo de complexos’. Apresentamos a hipótese de que há semelhança na operação metodológica que a totalidade realiza na engenharia argumentativa luckcsiana, seja como soma das diversas esferas de vida em História e Consciência de Classe seja como articuladora dos diversos complexos categoriais no entendimento da sociedade como um complexo de complexos, na Ontologia do Ser Social, o que sustenta a perspectiva de leitura a partir da idéia de uma ‘continuidade transformada’ da categoria nas obras em tela.
Palavras-chave: totalidade; Lukács; História e Consciência de Classe; Ontologia do Ser social; método; Marxismo.
Linha de Pesquisa: Ética e Filosofia Política
Disponível em: em processo de inclusão no sistema da Biblioteca da UFABC.
17 de Setembro de 2019 – Renato Rodrigues dos Santos
Banca: Cristiane Negreiros Abbud Ayoub (UFABC); Pedro Calixto Ferreira Filho (UFJF); Moacyr Ayres Novaes (USP); Carlos Eduardo de Oliveria (USP/suplente); Matteo Raschieti (UFABC/Suplente)
Agenda: 17/09/2019 – 14:00, UFABC/SBC, Sala 219 (bloco Delta).
Dissertação: As concupiscências e a cisão da vontade nas Confissões de Agostinho.
Resumo: A vontade é um conceito central na filosofia agostiniana. Ela é o motor da busca humana pela vida feliz que é possível somente junto a Deus. Entretanto, dotada de livre-arbítrio, a vontade humana pode optar por não se direcionar a Deus, assumindo uma condição decaída. Neste cenário, o ser humano é constituído por uma dupla inclinação: a vontade de felicidade, que tende ao amor a Deus, e a concupiscência, que não tende ao amor a Deus, mas às criaturas (mundo e ser humano). Essas duas vontades, opostas, cindem a alma humana e estabelecem um conflito interno. O objetivo desta dissertação é examinar as concupiscências e a cisão da vontade. Para isso, analisaremos os livro VIII e X das Confissões.
Palavras-chave: vontade; concupiscência; natureza humana; liberdade; felicidade.
Linha de Pesquisa: Ética e Filosofia Política
Disponível em: em processo de inclusão no sistema da Biblioteca da UFABC.
17 de Setembro de 2019 – Vagner Nunes Pereira
Banca: Daniel Pansarelli (UFABC); Suze Piza (UFABC); Antônio Joaquim Severino (USP); Ofélia Maria Marcondes (IFSP); Paula Braga (UFABC/Suplente); Wesley Adriano Martins Dourado (UMSP)
Agenda: Data: 17/09/2019 – 10:00, UFABC/SBC, Sala 017 (térreo do bloco Delta).
Dissertação: Ação ética: A contribuição de Leopoldo Zea para uma filosofia da ação
Resumo: O objetivo deste trabalho é, com a apropriação da filosofia de Leopoldo Zea, buscar elementos que possam contribuir para a ação e pensamento éticos. Para tanto dividimos a pesquisa em dois momentos, que se tornaram os capítulos. No primeiro o filósofo mexicano, que está na base da Filosofia da Libertação e tem suas reflexões construídas partindo da circunstância mexicana e latino-americana, foi estudado sistematicamente, buscando em sua obra a compreensão das categorias chaves em seu pensamento: circunstância, mestiçagem, tomada de consciência, responsabilidade, que foram apresentadas e discutidas, já de forma a serem trazidas à baila para a reflexão que se seguirá. Com a apropriação dessas categorias, no momento seguinte, capítulo dois, passamos ao objeto central de nossa pesquisa, refletir a construção de uma ética hipócrita e cínica ao largo da história, que baliza as relações pautadas no modelo de relação senhor-escravo, verticalizando a convivência humana desse continente. A discussão caminha para a defesa da necessidade de tomada de consciência desta circunstância, o que culminaria com uma Ação Ética e sua reflexão, uma Filosofia da ação. Importante destacar que, muito mais que dar uma resposta, o trabalho tem caráter de provocação à reflexão e ação, em que o caminho permanece aberto para discussão, melhoramento e reconstrução.
Palavras-chave: Leopoldo Zea; ética; filosofia latino-americana; responsabilidade; ação ética.
Linha de Pesquisa: Ética e Filosofia Política
Disponível em: em processo de inclusão no sistema da Biblioteca da UFABC.
16 de Setembro de 2019 – Felipe Ribeiro
Banca: Fernando Costa Mattos (UFABC); Luiz Repa (USP); Ricardo Terra (USP); Nathalie Bressiani (UFABC/Suplente); Bruno Nadai (UFABC/Suplente).
Agenda: Data: 16/09/2019 – 14:00, UFABC/SBC, Sala 017 (térreo do bloco Delta).
Dissertação: Consciência histórica, hermenêutica e crítica da ideologia: um estudo sobre o debate Habermas-Gadamer
Resumo: Esta dissertação busca reconstruir o debate Habermas-Gadamer tendo por fio condutor a noção hermenêutica de consciência histórica. Partindo de uma sugestão de Habermas, mostraremos como a consciência histórica gadameriana tem uma intenção crítica, em dois sentidos: por um lado, ela refere-se a uma autocrítica do sujeito da interpretação, pela qual ele aprende a historicizar suas concepções prévias, rompendo com a autocompreensão objetivista do processo de conhecimento; por outro, ela refere-se à capacidade que todo intérprete, ao refletir sobre a tradição em que se insere, tem de revisar criticamente os esquemas herdados e modificá-los com vistas a interesses práticos contemporâneos. A partir daí, retomaremos o interesse de Habermas pela hermenêutica, focando no combate contra o positivismo e em sua teoria dos interesses do conhecimento. Veremos como, para Habermas, embora Dilthey seja uma figura central para a consolidação do interesse prático do conhecimento, ele permaneceu todavia atrelado ao positivismo, de forma que é apenas em Gadamer que encontramos o aprofundamento de uma autorreflexão crítica. Isto posto, passaremos às críticas de Habermas: para este, apesar de suas vantagens, Gadamer absolutizou a historicidade e a dependência do conhecimento a contextos, pondo em risco seus próprio ganhos críticos. Daí que Habermas busque conduzir o interesse crítico da hermenêutica para além dela, estabelecendo limites para a noção hermenêutica de consciência histórica. Essa passagem se dá em dois momentos: por um lado, Habermas quer ampliar a consciência do presente na forma de uma sociologia da atualidade capaz de dar conta do nexo entre tradição, dominação e trabalho; por outro, é necessário legitimar uma reconstrução racional da competência comunicativa, que explicitaria a racionalidade inerente à comunicação e que não é puramente dependente de um contexto histórico. Esse seria o programa geral de uma passagem da hermenêutica à crítica da ideologia, que busca ser uma crítica sistemática da tradição. Passagem problemática, porém, pois veremos, com Gadamer, que a proposta de uma reconstrução teórica da linguagem corre o risco de certo objetivismo e, no limite, de ideologia: se ela se furta à reflexão histórica, ela já pode ser um pressuposto dogmático e aistórico usado para criticar comunicações “distorcidas”. É nessa linha que Gadamer cobrará uma reflexão hermenêutica sobre a crítica da ideologia que a re-situalize. Essa volta a Gadamer nos permitirá defender, nas “Considerações finais”, a posição de que o interesse do debate está justamente nos constantes pontos de tensão entre ambos autores, e não na opção por um outro, preferindo portanto mantê-los naquilo que Bernstein chamará de uma “constelação tensa”.
Palavras-chave: Habermas, Gadamer, consciência histórica, hermenêutica, crítica da ideologia.
Linha de Pesquisa: Ética e Filosofia Política
Disponível em: em processo de inclusão no sistema da Biblioteca da UFABC.
13 de Setembro de 2019 – Robério Honorato dos Santos
Banca: Suze Pisa (UFABC); Flamarion Caldeira Ramos (UFABC); José Sérgio Fonseca de Carvalho (USP); Carlos Eduardo Ribeiro (UFABC/Suplente); Lucieneida Dovao Praun (UFABC/Suplente).
Agenda: Data: 13/09/2019 – 10:00, UFABC/SBC, Sala 017 (térreo do bloco Delta).
Dissertação: Acerca da racionalidade totalitária em Hannah Arendt: da experiência totalitária ao repensar os sentidos da política
Resumo: Essa pesquisa tem como ponto de partida a denúncia efetuada por Hannah Arendt acerca da presença de elementos totalitários nas sociedades não totalitárias. Defendemos com Arendt que esses elementos não somente são fruto de uma racionalidade totalitária que os cristalizaram nos movimentos, regimes e governos totalitários, mas que, a despeito do término dessa tríade, fortalecida por ela, a racionalidade totalitária continua intencionalmente arquitetando rupturas aos sentidos da experiência político-existencial na atualidade. Nesse sentido, o problema do presente trabalho pode assim ser posto através das seguintes questões: Quais são os traços da racionalidade totalitária apresentados por Hannah Arendt em sua obra? Pode a política tal como a compreende Hannah Arendt exercer uma ação de resistência e oposição aos traços da racionalidade totalitária? Qual o papel da política em Hannah Arendt para repensar novas experiências políticas e existenciais do ser humano nas sociedades atuais? Visamos problematizar alguns dos traços da racionalidade totalitária, sobremaneira àqueles que consideramos mais marcantes, destacando suas implicações sobre a experiência político-existencial do ser humano no presente. Em um contexto de crescente ultraconservadorismo no qual nos encontramos buscar resistir, se opor e repensar a política tal qual se afigura na atualidade é de extrema relevância, razão pela qual a tese desse trabalho é justificada. Nosso objetivo a partir daí é defender a tese de que os sentidos da política, notadamente a liberdade, a ação e a natalidade, não somente conferem dignidade à política em Hannah Arendt, mas que neles há elementos de resistência e oposição à racionalidade totalitária, além de oferecer pistas para repensarmos a política no presente, em vista de sua dignidade, portanto, de novos formatos nos quais a política possa aparecer autenticamente. Enfim, são as características inerentes aos próprios sentidos da política em Hannah Arendt, como a pluralidade, a imprevisibilidade e irreversibilidade da ação, a novidade que a liberdade e a natalidade podem ensejar no mundo, a improbabilidade da natalidade que, assim como a ação e a liberdade em conjunto, trazem o potencial de inscrever no mundo o novo, reatualizando-o. Dessa forma, os sentidos da política certamente se colocam como fatores de resistência e oposição à racionalidade totalitária, e ao dignificarem a política na filosofia de Hannah Arendt, portam elementos imprescindíveis para repensarmos o que estamos fazendo com aquilo que se chama de política na atualidade.
Palavras-chave: Racionalidade totalitária, sentidos da política, dignidade da política, Hannah Arendt.
Linha de Pesquisa: Ética e Filosofia Política
Disponível em: em processo de inclusão no sistema da Biblioteca da UFABC.
11 de Setembro de 2019 – Caterine Zapata Zilio Barros
Coorientadora: Carlota Josefina Malta Cardozo dos Reis Boto
Banca: Carlota Josefina Malta Cardozo dos Reis Boto (USP); Thomaz Massadi Kawauche (UFSCar); Maria das Graças de Souza (USP); Paulo Piva (UFABC/Suplente); José Benedito Almeida Júnior (UFU/Suplente).
Agenda: Data: 11/09/2019 – 14:00, UFABC/SBC, Sala 017 (térreo do bloco Delta).
Dissertação: Como educar para a virtude na Idade das Paixões? – uma reflexão sobre a educação moral no Emílio ou Da Educação de Jean-Jacques Rousseau
Resumo: A presente pesquisa investiga as estratégias pedagógicas empregadas pelo preceptor para conduzir seu aluno à virtude na Idade das Paixões, conforme descrito no Livro IV da obra Emílio ou Da Educação de Jean-Jacques Rousseau. No primeiro capítulo nos dedicamos à contextualização deste tratado dentro do pensamento de Rousseau, posicionando-o em relação às demais produções do genebrino, especialmente o Primeiro e o Segundo Discurso. No segundo capítulo investigamos o alvo do projeto educacional estabelecido no Emílio, desenvolvendo conceitos como felicidade, força, liberdade e virtude, porque sem o esclarecimento relativo à questão dos fins, não seria possível compreender os meios empregados pelo preceptor. No terceiro e último capítulo analisamos cada uma das estratégias pedagógicas apresentadas pelo genebrino, dando destaque ao papel desempenhado pelas diferentes faculdades e paixões do aluno no processo de educação para a virtude. Dividimos a exposição em dois eixos: educação dos sentimentos e educação das luzes, passando pelo estudo dos homens, o estudo da religião e as lições sobre o amor, última instrução que prepara e antecede a introdução de Emílio na sociedade, momento em que observamos os resultados da aplicação do método.
Palavras-chave: Educação Moral; Virtude; Emílio; Rousseau.
Linha de Pesquisa: Ética e Filosofia Política
Disponível em: em processo de inclusão no sistema da Biblioteca da UFABC.
14 de Maio de 2019 – Gabriel Gomes Munhoz
Banca: Marília Mello Pisani (UFABC); Adilson Inácio Mendes (USJT); Alexia Bretas (UFABC) Francisco Cabral Alambert Junior (USP?suplente); Silvio Carneiro (UFABC/Suplente)
Agenda: Data: 04/05/2019 – 15:00, UFABC/SBC, Sala 017 (térreo do bloco Delta).
Dissertação: A distração na cultura de massa: uma análise a partir de Walter Benjamin e Siegfried Krakauer
Resumo: Na segunda metade do século XIX foram criadas novas técnicas que alteraram o âmbito das artes e da cultura no que diz respeito ao seu modo de reprodução de imagens e sua relação com o público, com destaque para a fotografia e o cinema. Esse fator possibilitou um aumento significativo na divulgação de imagens diversas para uma grande quantidade de pessoas, por meios dos cinemas, jornais, revistas ilustradas. Sob a perspectiva dos autores Siegfried Kracauer e Walter Benjamin, um dos aspectos relevantes para entender essa mudança se dá por meio da forma de percepção do público a partir da distração [Zerstreuung], uma experiência desatenta, rápida e fugidia que é própria da cultura de massa nas metrópoles. A partir disso, traçamos em nossa pesquisa dois objetivos principais: a) compreender como se dá a apropriação conceitual dos autores sobre a distração na metrópole, na fotografia e no cinema; b) colocar em diálogo a perspectiva dos autores a fim de estabelecer uma interlocução a respeito das possibilidades e entraves da cultura de massa pela forma da distração. Assim, como resultado, apontaremos para a leitura do cinema como uma interpretação da cultura de massa, seja por meio do conteúdo e forma dos filmes, seja por meio da fragmentação das imagens, que possibilitam uma abertura à montagem e ao jogo no modo de criação do cinema, tal como os autores contemplaram nos filmes de Charlie Chaplin.
Palavras-chave: Walter Benjamin; Siegfried Kracauer; distração [Zerstreuung]; cultura de massa; cinema; fotografia.
Linha de Pesquisa: Ética e Filosofia Política
MUNHOZ, Gabriel Gomes. A distração na cultura de massa: uma análise a partir de Walter Benjamin e Siegfried Kracauer. 2019. 104 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do ABC, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, São Bernardo do Campo, 2019.
Disponível em: http://biblioteca.ufabc.edu.br/index.php?codigo_sophia=117931.
09 de Maio de 2019 – Robert Vagner Soares da Paixão Júnior
Banca:CRISTIANE NEGREIROS ABBUD AYOUB (UFABC), PEDRO CALIXTO FERREIRA FILHO (UFJF), MOACYR AYRES NOVAES FILHO (USP)
Agenda: 09/05/2019 – 14:00 – UFABC/SBC – Bloco Delta/S219
Dissertação: O relato de conversão no livro VIII das Confissões de Agostinho
Resumo: No livro VIII das Confissões, Agostinho elabora seu relato de conversão em uma narrativa em abismo, sucessivamente aos relatos de Simpliciano e Ponticiano. O objetivo da presente pesquisa consiste em examinar como esses relatos de conversão têm a finalidade de motivar a vontade humana para se direcionar a Deus. Nesse intuito, tais exposições pretendem animar a relação humana com Deus segundo modelos exemplares (exempla), que imitam o modelo primordial de Cristo, o exemplum humilitatis. No entanto, ao se expor a esses exempla, Agostinho mostra que sua vontade, embora queira, ainda é insuficiente para fruir do divino, em consequência de uma cisão interna que ora o leva a desejar o bem, ora o mal. Essa oscilação entre vontades conflitantes incapacita o homem a atingir uma unidade em sua vontade pelo seu próprio poder. Portanto, a presente pesquisa almeja mostrar que o relato de conversão é o veículo que guia o homem à conversão.
Palavras-chave: relato; conversão; exemplum; vontade.
Linha de Pesquisa: Ética e Filosofia Política
28 de Março de 2019 – Porfirio Amarilla Filho
Banca: Eduardo Salles de Oliveira Barra (UFPR), Luciana Zaterka (UFABC), Osvaldo Frota Pessoa Junior (USP/suplente), Paulo Tadeu da Silva (UFABC/suplente).
Agenda: Data: 28/02/2019 – 14:00hh, UFABC/SBC, Sala 017 (térreo do bloco Delta).
Dissertação: ESCÓLIO GERAL DOS PRINCIPIA: UM ESTUDO SOBRE A METAFÍSICA NEWTONIANA E O DIÁLOGO COM AS TESES CARTESIANAS
Resumo
Este estudo parte da hipótese de que Newton, no contexto da filosofia da natureza e das críticas cartesianas ao seu sistema de mundo, visou reunir no texto do Escólio Geral dos Principia os principais aspectos que moveriam o entendimento da sua metafísica no enfrentamento direto às teses defendidas pelos cartesianos. Assim, busca-se compreender a fundamentação dos princípios da filosofia metafísica promovida por Newton; percorrendo a questão do Espaço como fundamento metafísico da física dos Principia. Para isso, percorre-se a investigação sobre a questão da “substância” como princípio ontológico para a compreensão do mundo e questão importantíssima para a filosofia metafísica moderna, dados os moldes promovidos por Descartes em seu dualismo; para em seguida, investigar os aspectos metafísicos da filosofia de Newton que permitem pontuar as divergências e convergências entre o sistema de mundo pensado por Newton e o sistema cartesiano; analisando, desse modo, as questões que envolvem os conceitos metafísicos que fundamentam, em Newton, a gravidade como fenômeno natural, em detrimento da teoria dos vórtices de Descartes e como o sistema newtoniano se refere na relação de causalidade, tendo Deus como princípio metafísico desta relação.
Palavras-chave: metafísica, filosofia experimental, física, gravidade, teoria dos vórtices
Linha de Pesquisa: Teoria do Conhecimento
27 de Fevereiro de 2019 – Sérgio Lima Nastasi
Banca: Cintya Regina Ribeiro (USP), Alexandre Filordi de Carvalho (UNIFESP), Silvio Ricardo Gomes Carneiro (UFABC/suplente), Carlos Eduardo Ribeiro (UFABC/suplente).
Agenda: Data: 27/02/2019 – 14:00h, UFABC/SBC, Sala 017 (térreo do bloco Delta).
Dissertação: Devir-secunda: ativismos das juventudes contemporâneas entre as imagens-clichê
Resumo:
O levante dos estudantes secundaristas de São Paulo, entre 2015 e 2016, coloca em cena o problema da crise de imaginação em tempos de um suposto esgotamento de novas experiências políticas e suas aberturas de possíveis. A partir dessa questão disparadora, a presente pesquisa problematiza os modos de produção e de representação imagética dos ativismos das juventudes contemporâneas, a fim de mostrar: a) como as imagens-clichê encobrem as forças disruptivas do acontecimento ao impor um controle do pensamento e uma redução do olhar; b) quais composições escapam a essa ordem e dão a pensar novas formas de imaginar a luta dos secundas. Para tanto, propõe deslocamentos analíticos entrecruzando diferentes referenciais teóricos perspectivados por Gilles Deleuze, Félix Guattari e Georges Didi-Huberman, dada a complexidade dos materiais levantados e das invenções que deles derivam. Argumenta que a experiência exige uma suspensão do automatismo fabricado pelo circuito das imagens-clichê em proveito de uma imersão em suas zonas intensivas e que a inconcludência das lutas e de suas invenções amplia a capacidade de imaginação política com a transformação e o recrudescimento das formas de vida erráticas, intempestivas e insuspeitas. Desse modo, a tática torna-se diferencial e os corpos tornam-se outros: devir-ocupa, devir-secunda. Organizada em três seções, a dissertação traça, inicialmente, um mapeamento das tramas discursivas para pôr em discussão em que medida as interpretações e representações que se hegemonizam despolitizam os ativismos/ativistas e com quais referenciais pode-se positivar as invenções combativas dos secundas. Em seguida, a partir da análise de quatro materiais audiovisuais, problematiza quais imagens da juventude são fabricadas e por meio de quais dispositivos essas representações são colocadas em funcionamento em um episódio de Malhação: Seu Lugar no Mundo, numa vídeo-reportagem de TV Folha, Livros abertos… escolas ocupadas…, e em dois documentários: Acabou a paz! Isso aqui vai virar o Chile! e Lute como uma menina!. Por fim, a terceira seção coloca o próprio ato analítico em xeque à medida que a natureza do objeto de pesquisa construído requer graus distintos para expressão do pensamento e da escrita. Assim, ensaia com a peça Quando Quebra Queima e o vídeo Escolas, a composição de um procedimento teatal, ou uma espécie de método anômalo para uma política da análise, a fim de afirmar a pluralidade do sentido da luta, a fecundidade da parte irredutível e inesgotável do acontecimento.
Palavras-chave: Deleuze; imagens-clichê; Guattari.
Linha de Pesquisa: Teoria do Conhecimento
Referência: NASTASI, Sérgio Lima dos Santos. Devir-secunda: ativismos das juventudes contemporâneas entre as imagens-clichê. 2019. 105 f. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do ABC , Programa de Pós-Graduação em Filosofia, São Bernardo do Campo, 2019.
Disponível em: http://biblioteca.ufabc.edu.br/index.php?codigo_sophia=117620.
04 de Fevereiro de 2019 – Guilherme de Lucas Aparecido Barbosa
Banca: Bernardo Jefferson de Oliveira (UFMG), Marilia Mello Pisani (UFABC), Plínio Junqueira Smith (UNIFESP/suplente), Renato Rodrigues Kinouchi (UFABC/suplente).
Agenda: Data: 04/02/2019 – 10:30h, UFABC/SBC, Sala 017 (térreo do bloco Delta).
Dissertação: ADMIRÁVEL NOVA ATLÂNTIDA:O programa baconiano e a distopia contemporânea
Resumo:
Por meio da interseção entre as distopias do século XX e a utopia de Francis Bacon (Nova Atlântida, 1626) pretendemos analisar alguns aspectos éticos presentes no desenvolvimento tecnocientífico da contemporaneidade. Autores e estudiosos dessas narrativas ficcionais vão acusar a obra baconiana de possuir em gênese as ideias que se desdobrariam nas distopias da primeira metade do século passado, símbolos de alerta ao avanço da tecnologia e do autoritarismo nos períodos de Guerra Mundial. Todavia, o desenvolvimento do método experimental-indutivo, bem como a interpretação de Bacon sobre o mito de Dédalo, nos mostra que o Lorde Chanceler tinha consciência que a progressão da ciência possuía aplicações positivas e negativas. Bacon insistiu em sua utopia que a Casa de Salomão, locus político e científico da sociedade na Nova Atlântida, tinha como função guardar os instrumentos de luxuria e morte, da população comum. Sob a liderança dos homens de ciência, e com vistas ao máximo benefício da comunidade (Commonwealth) e do bem da humanidade (Caritas), a sociedade de Bensalém (cidade da Nova Atlântida) poderia exercer o conhecimento-domínio sob a natureza, restabelecendo os laços com o Criador, rompidos desde a Queda. Todavia, o esvaziamento de um ideal condutor e a não compreensão total da proposta de Bacon podem ter ajudado a guiar o mundo para os reflexos negativos do desenvolvimento científico, colocando a distopia tecnocientífica em marcha.
Palavras-chave: Utopia; Distopia; Francis Bacon.
Linha de pesquisa: Teoria do Conhecimento
Referência: BARBOSA, Guilherme de Lucas Aparecido. Admirável Nova Atlântida: O programa baconiano e a distopia contemporânea. 2019. 106 f. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do ABC, Programa de Pós-graduação em Filosofia, São Bernardo do Campo, 2019.
Disponível em: http://biblioteca.ufabc.edu.br/index.php?codigo_sophia=118783.
2018
07 dissertações defendidas
30 de Novembro de 2018 – Mário Paes Landim
Banca: Luiz Fernando Martin (UFABC); José Eduardo Baioni (UFSCar); Fábio Mascarenhas Nolasco (UNICAMP); Michela Bordignon (Suplente/UFABC); Maurício Marsola (UNIFESP).
Agenda: Data: 30/11/2018.
Dissertação: A liberdade como princípio na Filosofia do Direito de Hegel.
Resumo: A liberdade como princípio é objeto do desenvolvimento da vontade livre em si e para si. Este estudo começa na Filosofia do Espírito, livro III da Enciclopédia de Hegel em seus parágrafos 469 a 482 que culminam no Espírito Livre. A filosofia do espírito conceitua a ideia de liberdade dada para a Filosofia do Direito que a desenvolve como seu princípio. O desenvolvimento do direito é uma segunda natureza, o mundo do espírito livre, cujo desenvolvimento é apresentado pela Introdução à Filosofia do Direito nos parágrafos 4 e 8 a 24, neles encontramos a ideia de liberdade que quer a liberdade, onde o direito é o reino da liberdade efetivada. O ponto de partida determinado é a vontade natural, o solo em que se desenvolve é o espiritual. A Introdução inicia com a vontade em si dos impulsos, desejos e inclinações, presos às necessidades naturais. O termo-médio encontra-se no campo da determinação subjetiva, a vontade como arbítrio, é possibilidade e forma da liberdade. A reiteração ao atendimento das carências subjetivas, a felicidade, propicia o autodesenvolvimento que leva à objetivação do conteúdo livre, unindo-o à sua forma, vontade livre em si e para si: a liberdade.
Palavras-chave: Filosofia do Direito – Hegel – Liberdade – Princípio ‒ Vontade.
Linha de pesquisa: Ética e Filosofia Política
Referência: LANDIM, Mário Paes. A liberdade como princípio na Filosofia do Direito de Hegel. 2018. 80 f. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do ABC – UFABC, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, São Bernardo do Campo, 2018.
Disponível em: http://biblioteca.ufabc.edu.br/index.php?codigo_sophia=118052.
01 de Novembro de 2018 – Carolina Aparecida Cajaiba
Banca: Sílvio Ricardo Gomes Carneiro (UFABC) Juliano Garcia Pessanha ( PUC-SP).
Agenda: Data: 01/11/2018 – 15:00h, UFABC/SBC, Sala 017 (térreo do bloco Delta).
Dissertação: Um exame do conceito de pensamento em Hannah Arendt e do estágio do concernimento em D.W. Winnicott como base para a prevenção do mal banal
Resumo:
O Em Eichmann em Jerusalém, Hannah Arendt denuncia um tipo de mal manifesto na sociedade contemporânea. Abandonando a consagrada formulação kantiana de mal radical, Arendt contraria uma tradição consolidada do pensamento moral, da qual ela mesma é devedora, e forja o conceito de mal banal, no qual a superficialidade do agente e a superfluidade das vítimas são notórias. A filósofa faz uma investigação sobre a nossa capacidade de julgar, para ela condição do nosso pronunciamento sobre as coisas do mundo e de discernimento entre o bem e o mal. Para Arendt as atrocidades cometidas por Eichmann são um exemplo do mal banal e sua origem está na incapacidade do indivíduo de pensar, de assumir responsabilidade e sentir culpa pessoal. Na obra A Vida do Espírito, Arendt defende que o pensar está ligado à atribuição de sentido ao mundo, e tal pensamento possibilita contato com a consciência moral e poderia evitar o mal banal. Todavia, segundo a filósofa, esse pensamento não pode ser ensinado e nem aprendido e é aqui que se apresenta nosso problema de pesquisa: Qual a condição básica para que esse modo de pensar seja possível? O tipo de pensamento[1] apresentado tem vinculação com o senso moral pessoal, então como esse modo de pensar se relaciona com o discernimento entre o bem e o mal? Apesar de Arendt não fornecer resposta suficiente para essas questões em sua obra, a teoria winnicottiana do amadurecimento apareceu como possibilidade de auxiliar na obtenção de explicações ao descrever a aquisição da capacidade humana de se preocupar e se envolver com o outro, de desenvolver o sentido de bem e do mal e da aquisição da responsabilidade, cuja base
é um sentimento de culpa adquirido no chamado estágio do concernimento. Em nosso texto, faremos um exame do conceito de pensamento de Arendt, construiremos a ponte entre os autores chave, Hannah Arendt e Winnicott, e, a partir na descrição do estágio do concernimento de Winnicott, faremos uma relação do senso moral pessoal com a atividade do pensamento. Por fim, pretendemos investigar se é possível estabelecer uma relação coerente entre o desenvolvimento do senso moral pessoal, a atividade de pensar e a prevenção do mal banal.
Palavras-chave: Hannah Arendt; D.W. Winnicott; estágio do concernimento, mal banal.
Linha de pesquisa: Ética e Filosofia Política
Referência: CAJAIBA, Carolina Aparecida. As raízes do senso moral pessoal: um exame do conceito de pensamento em Hannah Arendt e do estágio do concernimento em D.W. Winnicott como base para a prevenção do mal banal. 2018. 124 f. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do ABC, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, São Bernardo do Campo, 2018.
Disponível em: http://biblioteca.ufabc.edu.br/index.php?codigo_sophia=111446.
25 de Setembro de 2018 – Luan Felipe Novak Noboa
Banca: Pablo Rubén Mariconda (USP), Luiz Antonio Alves Eva (UFABC), Silvia Alejandra Manzo (Universidade Nacional de La Plata – Suplente), Paulo Tadeu da Silva (UFABC – Suplente)
Agenda: Data: 25/09/2018 – 14:00h, UFABC/SBC, Sala 017 (térreo do bloco Delta).
Dissertação: Matéria e método na filosofia de Francis Bacon: interpretações sobre sua concepção de natureza
Resumo:
O presente texto investiga a relação entre a concepção de natureza e a metodologia indutiva na filosofia de Francis Bacon ao problematizar duas interpretações de grande repercussão nos escritos sobre o autor. A primeira, expressa por Theodor Adorno, Max Horkheimer e Hans Jonas afirma, em linhas gerais, que o Chanceler é o “pai da filosofia experimental” e que seu projeto conduziu à excessiva dominação da natureza. A segunda, presente na historiografia de Alexandre Koyré, entende que a proposta metodológica de Bacon é irrelevante ao desenvolvimento da ciência moderna. Se observadas em paralelo, tais interpretações parecem antagônicas e este estudo visa demonstrar que ambas não contemplam aspectos de caráter mais técnico da obra baconiana. A primeira, desconsidera as particularidades da teoria da matéria do filósofo, que não opera com um mecanicismo estrito e não conduz à geometrização do espaço, o que, sob o prisma do método, não possibilita a matematização dos fenômenos naturais e destina pouco espaço aos conteúdos de caráter hipotético-dedutivo. Contudo, essa observação não acarreta necessariamente o aceite à tese de Koyré. Defendemos que tanto o indutivismo quanto a concepção de natureza de Bacon são relevantes para a construção da história natural. Nesse sentido, filiamo-nos à corrente interpretativa que reforça a relevância historiográfica do Chanceler para além da formação dos valores que compõem o ethos científico. Por fim, indicamos que o sistema baconiano é sólido, edificado na interação entre suas justificativas epistêmicas, ontológicas, morais e teológicas.
Palavras-chave: Francis Bacon; teoria da matéria; método indutivo; historiografia científica.
Linha de Pesquisa: Teoria do Conhecimento
Referência: NOBOA, Luan Felipe Novak. Matéria e método na filosofia de Francis Bacon: interpretações sobre sua concepção de natureza. 2018. 146 f. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do ABC, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, São Bernardo do Campo, 2018.
Disponível em: http://biblioteca.ufabc.edu.br/index.php?codigo_sophia=111444.
24 de Setembro de 2018 – Ronaldo Hernandes
Banca: Marcelo de Carvalho (Unifesp), Paulo Jonas Piva (UFABC), Lorenzo Baravalle (UFABC – Suplente).
Agenda: Data: 24/09/2018 – 14:00h, UFABC/SBC, Sala 304 (alfa 2).
Dissertação: O transcendental e sua imagem na filosofia de Alain Badiou
Resumo:
No final da década de 80, Alain Badiou, filósofo francês contemporâneo, publicou aquele que que é considerado o seu magnum opus, L’être et l’événement (O ser e o evento). Apropriando-se do fecundo desdobramento conceitual da matemática moderna, pós-cantoriana, Badiou, em O ser e o evento, buscou repensar a “tarefa fundamental da ontologia”. Coeso e imodesto, o projeto ontológico de O ser e o evento, encarregado, entre outras coisas, de oferecer uma apresentação absolutamente formal do “ser-enquanto-ser”, i. é., uma apresentação absolutamente formal da “ciência do ser”, mostrou-se, porém, com o avançar do tempo, passível de suplementação. Instado por leitores críticos, Badiou ampliou o escopo ontológico, presente em O ser e o evento, a fim de albergar uma nova modalidade de “ciência”, responsável por oferecer, entre outras coisas, uma teoria abrangente acerca do aparecimento concreto dos entes no mundo. A referida teoria abrangente não veio a lume senão em 2006, com a publicação integral de Logiques des mondes (Lógicas dos mundos). Em Lógicas dos mundos, Badiou tentou complementar a apresentação formal do “ser-enquanto-ser”, irrestritamente subordinada à matemática moderna, à teoria dos conjuntos, característica de Ser e Evento, com uma apresentação lógica do “aparecer”. A apresentação lógica do “aparecer”, arrolada em Lógicas dos mundos, dependente, em última instância, de outro ramo da matemática moderna, a saber, da teoria das categorias, é totalmente tributária de um novo conceito de transcendental. Na Seção I do Livro II, de Lógicas dos mundos, Badiou procurou estabelecer os contornos fundamentais de tal conceito. O objetivo do presente trabalho é, de um lado, explicitar, com certa minúcia, o que está em jogo no referido estabelecimento, e, de outro, expor, de maneira crítica, alguns problemas que lhe são intrínsecos.
Palavras-chave: Badiou, ontologia, ser, lógica, teoria das categorias
Linha de pesquisa: Teoria do Conhecimento
Referência: HERNANDES, Ronaldo. O transcendental e sua imagem na filosofia de Alain Badiou. 2018. 108 f. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do ABC, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, São Bernardo do Campo, 2018.
Disponível em: http://biblioteca.ufabc.edu.br/index.php?codigo_sophia=111447.
23 de Março de 2018 – Gabriel Valim Alcoba Ruiz
Banca: Cristiano Cordeiro Cruz (USP), Victor Ximenes Marques (UFABC), Leonardo José Steil (UFABC – Suplente), Daniel Pansarelli (UFABC – Suplente); Anastasia Guidi Itokazu (UFABC – Suplente)
Agenda: Data: 23/03/2018 – 14:00h, UFABC/SBC, Alfa 1, sala 103.
Dissertação: A difusão do conhecimento tecnocientífico como imperativo da democracia contemporânea
Resumo:
O progresso tecnológico traz consigo certa dualidade: por um lado é responsável pelo aumento da produtividade de bens materiais; por outro, submete a vida humana a novos – e por vezes maiores – riscos. Uma vida humana digna depende da possibilidade de autorrealização do indivíduo – e a tecnologia tem historicamente aumentado a prosperidade material necessária para que tenhamos maior liberdade para escolher e construir novas formas de viver. Ponderar os riscos tecnológicos, porém, depende de conhecimentos científicos específicos, os quais não são sabidos pelo público leigo. Como consequência, boa parte da população se vê impedida de opinar sobre os rumos da sociedade da qual faz parte e mesmo privada da autonomia para decidir suas ações. Cada vez mais dependente de conhecimento tecnocientífico, a existência do público leigo passa a se reduzir a seguir os conselhos proferidos pelos especialistas. Nesta pesquisa, tal cenário é discutido sob uma perspectiva filosófica e temática, em formato de argumentação ensaística, baseada na leitura livre e crítica de bibliografia plural e interdisciplinar.
Palavras-chave: ciência cidadã, riscos tecnológicos, autonomia, ciência proprietária.
Linha de pesquisa: Teoria do Conhecimento
Referência: RUIZ, Gabriel Valim Alcoba. A difusão do conhecimento tecnocientífico como imperativo da democracia contemporânea. 2018. 63 f. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do ABC, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, São Bernardo do Campo, 2018.
Disponível em: http://biblioteca.ufabc.edu.br/index.php?codigo_sophia=110386.
15 de Março de 2018 – André Trevisan
Banca: Ricardo Terra (USP), Aléxia Bretas (UFABC), Bruno Nadai (UFABC- suplente), Rafael Rodrigues Garcia (UNICAMP – suplente)
Agenda: Data: 15/03/2018 – 14:00h, UFABC/SBC, Alfa 2, sala 307.
Dissertação: A Questão da Universidade em Martin Heidegger .
Resumo:
Nesta dissertação abordamos a concepção de universidade desenvolvida pelo filósofo Martin Heidegger. Embora jamais tenha sido objeto de reflexão sistemática é possível detectar em diferentes momentos de seus caminhos de pensamento uma preocupação constante quanto à essência da universidade alemã, isto é, antes mesmo de se revelarem as suas expectativas em relação ao reitorado da Universidade de Freiburg (1933) em plena ascensão do movimento nazista. A nosso ver, apenas a leitura do discurso A Autoafirmação da Universidade Alemã, proferido na ocasião, não é suficientemente capaz de explicitar a sua compreensão filosófica sobre o assunto. Por esse motivo, fomos obrigados a investigar tanto suas preleções da década de 1920, a começar por uma esquecida lição ditada logo após o término da guerra (Kriegsnotsemester, 1919), como até mesmo nas correspondências pessoais trocadas com Elfride Petri, Rudolf Bultmann e Karl Jaspers a preexistência de uma preocupação que sempre lhe acompanhou desde a sua juventude. Apesar de ser uma questão ignorada pela maioria de seus comentadores quando se lança um olhar retrospectivo sobre a universidade nota-se o quanto esta se constitui um verdadeiro problema para toda filosofia alemã desde finais do século XVIII. Para Heidegger, a preocupação com o ensino superior alemão não se resumia a um simples ideal de formação (Bildung) dos estudantes ou a um mero compromisso administrativo com a instituição, mas, fundamentalmente, diziam respeito a uma situação ou contexto vital na qual se encontrava em jogo tanto o destino da cultura alemã (Kultur) como a história da própria noção de verdade Ocidental (Aletheia).
Palavras-chave: Filosofia alemã, universidade; ciência; política; verdade.
Referência: TREVISAN, André. A questão da universidade em Martin Heidegger. 2018. 219 f. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do ABC, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, São Bernardo do Campo, 2018.
Disponível em: http://biblioteca.ufabc.edu.br/index.php?codigo_sophia=110388.
12 de Março de 2018 – Victor Fernando Paulino Moreira
Banca: Paulo Tadeu da Silva (UFABC), Anastasia Guidi Itokazu (UFABC), Osvaldo Frota Pessoa Junior (USP), Luiz Antonio Alves Eva (UFABC- suplente), Djalma Medeiros (Faculdade São Bento – suplente)
Agenda: Data: 12/03/2018 – 14:00h, UFABC/SBC, Alfa 2, sala 304.
Dissertação: A epistemologia cartesiana e o conhecimento das naturezas simples materiais
Resumo:
A presente dissertação tem como objetivo relacionar, do ponto de vista das Regras para a direção do espírito, a epistemologia, o método e a nascente filosofia natural cartesiana por meio da seguinte pergunta norteadora: como Descartes elaborou a hipótese das naturezas simples materiais, como elas se relacionam com o método e a sua aplicabilidade? Para tanto iniciamos pela discussão sobre quais seriam para Descartes as bases, dentre elas a matemática, para o conhecimento universal acerca das coisas contingentes. Depois, abordamos as naturezas simples, com ênfase nas naturezas simples materiais, a sua importância para a percepção dos objetos corpóreos e a sua relação com os objetos da matemática. Em seguida, investigamos o papel da experiência (sensorial) no processo de obtenção do conhecimento. Na sequência, analisamos a relação entre o intelecto e a imaginação e o seu papel na conciliação do geral ou universal (naturezas simples materiais) com o particular (cada objeto corpóreo). Por fim, foi realizada uma breve discussão a respeito da possibilidade de a natureza simples material extensão ser intuída e a existência da extensão fora de nós ser deduzida sem qualquer contato com um objeto corpóreo.
Palavras-chave:Descartes; epistemologia; metodologia; naturezas simples materiais.
Linha de Pesquisa: Teoria do Conhecimento
Referência: MOREIRA, Victor Fernando Paulino. A epistemologia cartesiana e o conhecimento das naturezas simples materiais. 2018. 112 f. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do ABC, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, São Bernardo do Campo, 2018.
Disponível em: http://biblioteca.ufabc.edu.br/index.php?codigo_sophia=110381.
2017
13 dissertações defendidas
07 de Dezembro de 2017 – Adriano Vilela Mafra
Banca: Mário Henrique Simão D’Agostino (USP), Luca Jean Pitteloud (UFABC), Paulo Tadeu da Silva (UFABC – Suplente), Bianca Fanelli Morganti (UNIFESP – Suplente)
Agenda: Data: 07/12/2017 – 13:30h, UFABC/SBC, Alfa 1, sala 105.
Dissertação: O COSMOS NO CORPUS: Vitrúvio e as Estruturas do Universo no Tratado de Arquitetura
Resumo:
A pesquisa investiga a arquitetura do universo tal como proposta por Vitrúvio no século I a.C. São apresentadas as artes e disciplinas da arquitetura vinculadas às práticas da gnomônica e o contexto que envolve o arquiteto na Antiguidade, tal como alguns aspectos políticos e religiosos que integram o discurso das estruturas do universo descritas no Tratado de Arquitetura. São desenvolvidas as questões que envolvem o livro como objeto traduzido e transformado ao longo de milhares de anos e algumas reflexões quanto aos desenhos e as pinturas mencionadas na obra. Também temos os comentários e desenvolvimentos das questões quanto à cosmologia junto às elaborações de mapas e ilustrações a partir do conteúdo descrito pelo arquiteto. Foram pesquisadas as teorias de autores que antecedem o período da obra e que forneceram os ensinamentos para a execução das enxertias de Vitrúvio, assim como também se buscou aplicar os termos que são apresentadas como definições constitutivas da arquitetura, ao considerarmos o livro como um produto desta arte.
Palavras-chave: Vitrúvio, Gnomônica, Astronomia, Cosmos.
Linha de pesquisa: Teoria do Conhecimento
Referência: MAFRA, Adriano Vilela. O Cosmos no Corpus: Vitrúvio e as estruturas do universo no tratado da arquitetura. 2017. 143 f. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do ABC, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, São Bernardo do Campo, 2017.
Disponível em: http://biblioteca.ufabc.edu.br/index.php?codigo_sophia=110393.
04 de Dezembro de 2017 – Sergio da Costa Oggioni
Banca: Marco Aurélio Werle (USP), Matteo Raschietti (UFABC), Oliver Tolle (USP – Suplente), Luiz Antônio Alves Eva (UFABC– Suplente)
Agenda: Data: 04/12/2017 – 14:40h, UFABC/SBC, Alfa 2, sala 304.
Dissertação: A Compreensão Hegeliana da Dialética no Diálogo Parmênides de Platão nas Lições sobre a História da Filosofia
Resumo:
A Numa das Lições sobre a história da filosofia, Hegel analisa a dialética platônica, sem deixar de expressar sua admiração pela mesma. Sua análise começa pela dialética presente nos diálogos iniciais de Platão, que se caracterizam pela predominância da
filosofia socrática, chegando depois aos diálogos em que, na sua opinião, encontramos a dialética em seu nível mais elevado: o Sofista, o Filebo e o Parmênides. Este último, considerado por Hegel maior obra-prima da dialética antiga. No presente trabalho, temos como objetivo apresentar a leitura hegeliana sobre o método dialético presente no Parmênides, isto é, pretendemos expor a interpretação de um filósofo – que contribuiu para a renovação da dialética na modernidade – a respeito do diálogo que considera o principal
expoente da dialética antiga. Para isto, partimos do exame do conceito de história da filosofia para Hegel, passamos por sua análise sobre o conteúdo fundamental da dialética platônica, para chegar ao nosso objetivo de apresentar a leitura de Hegel sobre a dialética do Parmênides.
Palavras-chave: Hegel, Platão, Dialética, Parmênides.
Linha de Pesquisa: Teoria do Conhecimento
Referência: OGGIONI, Sergio da Costa. A compreensão hegeliana da dialética no diálogo Parmênides de Platão nas Lições sobre a História da Filosofia. 2017. 86 f. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do ABC, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, São Bernardo do Campo, 2017.
Disponível em: http://biblioteca.ufabc.edu.br/index.php?codigo_sophia=110384.
23 de Novembro de 2017 – Paulo Luiz dos Reis
Banca: Wolfgang Leo Maar (UFSCAR), Victor Ximenes Marques (UFABC), Isabel Maria Frederico Rodrigues Loureiro (USP – Suplente), Luciana Zaterka (UFABC – Suplente);
Agenda: Data: 23/11/2017 – 14:00h, UFABC/SBC, Alfa 1, sala 104.
Dissertação: Da Crítica de Herbert Marcuse à Razão Tecnológica e Seus Fins Destrutivos – Uma Leitura de “O Homem Unidimensional”
Resumo:
A pesquisa trata da crítica que Herbert Marcuse empreende à razão tecnológica com foco no aspecto da destrutividade, pondo em evidência a questão da dialética que acompanha a análise de Marcuse. Esta destrutividade envolve aqui bem mais que a questão das guerras, do arsenal de armas, inclusive atômicas, e da face violenta de nossa civilização. Sim, pois abrange, ainda, a dominação das massas, as novas formas de controle social, a alienação e reificação das pessoas, a vida sob o poder do todo opressivo, o qual é essa própria racionalidade hegemônica que permeia o tecido social. Assim, a destrutividade decorrente dessa racionalidade concerne, também, à atomização dos indivíduos, à crise de identidade, à existência mimetizada sob a positividade do pensamento unidimensional que não opera com a crítica, não opera dialeticamente. Daí nasce o conformismo da sociedade mesmo diante de um aparato tecnológico que propicia fartura e conforto, mas, paralelo a isso, gera uma concentração de capital sem precedentes, em escala jamais vista. A razão tecnológica chegou numa fase estarrecedora de radicalização da destrutividade, que é, conforme a hipótese que este estudo lança, o nível extremo do capitaloceno e da necropolítica, a potencialização do Warfare State, o Estado beligerante. A razão tecnológica e seu caráter de destrutividade se estruturam por um nexo que vincula capital, trabalho, sociedade, ideologia, capitaloceno e necropolítica, como demonstraremos.
Palavras-chave: Foucault, política, sexualidade, gênero, identidade.
Linha de Pesquisa: Ética e Filosofia Política
Referência: REIS, Paulo Luiz dos. Da crítica de Herbert Marcuse à razão tecnológica e seus fins destrutivos: uma leitura de “O homem unidimensional”. 2017. 175 f. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do ABC, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, 2017.
Disponível em: http://biblioteca.ufabc.edu.br/index.php?codigo_sophia=108447.
27 de Outubro de 2017 – Diego Blanco de Sousa
Banca: Vitor Grunvald (Cásper Líbero), Carlos Eduardo Ribeiro (UFABC), Monique Hulshof (UNICAMP – Suplente), Aléxia Bretas (UFABC – Suplente);
Agenda: Data: 27/10/2017 – 14:00h, UFABC/SBC, Alfa 2, sala 204.
Dissertação: Na fronteira dos corpos: os sujeitos de sexualidade e resistências
Resumo:
O objetivo deste trabalho é pensar algumas pistas sobre como os sujeitos de sexualidade são produzidos pelos discursos, práticas e saberes que permeiam o Brasil contemporâneo, e também pensar quais são as formas de resistência que essas pessoas acabam por encontrar em seus processos de subjetivação. Para tanto, o autor principal tratado nesta pesquisa é o francês Michel Foucault, levando em consideração suas obras, principalmente, a partir dos anos de 1970. Junto ao arcabouço teórico que é oferecido pelo filósofo francês, escolhemos também alguns arquivos, sejam eles entrevistas, falas, notícias e vídeos da internet, para ajudar a pensar a questão da produção e da resistência dos sujeitos da sexualidade em sua fronteira principal, em outras palavras, onde os processos se desenvolvem: no corpo. Também, a partir da potencialidade desses discursos, pensamos, por fim, a tensão que existe em relação às questões de gênero no que tange a crítica da identidade, aqui representada em um tensionamento entre o movimento LGBT brasileiro e a teoria queer.
Palavras-chave: Foucault, política, sexualidade, gênero, identidade.
Linha de Pesquisa: Ética e Filosofia Política
Referência: SOUSA, Diego Blanco de. Na fronteira dos corpos: sujeitos de sexualidade e resistências. 2017. 112 f. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do ABC, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, 2017.
Disponível em: http://biblioteca.ufabc.edu.br/index.php?codigo_sophia=108434.
17 de Outubro de 2017 – Heloisa Valéria Castro
Banca: Saulo de Freitas Araújo (UFJF), Cassiano Terra Rodrigues (PUC-SP); Willian Steinle (UFABC – Suplente), Lorenzo Baravalle (UFABC – Suplente);
Agenda: Data: 17/10/2017 – 14:00h, UFABC/SBC, Alfa 1, sala 206.
Dissertação: Lógica e Antipsicologismo em Gottlob Frege
Resumo:
A dissertação aborda uma discussão que, na história da filosofia, tornou-se conhecida como a “querela do psicologismo”. A pesquisa analisa as objeções feitas pelo matemático Gottlob Frege (1848-1925) àquilo que ele via como uma invasão de “métodos psicológicos de reflexão” no campo da teoria do significado, notadamente a tese psicologista de que a significação dos termos de uma linguagem residiria em representações mentais (Vorstellungen). O intuito é analisar as críticas fregeanas sob a perspectiva das relações, detectadas pelo próprio Frege, entre questões postas pela consolidação da psicologia como ciência e certos problemas de epistemologia. Recorrendo sobretudo às obras Fundamentos da aritmética (1884) e à Lógica de 1897, o que buscamos é esclarecer se a necessidade de Frege em postular a existência de um terceiro reino de entidades objetivas não-reais foi ou não influenciada por problemas próprios ao contexto científico de sua época.
Palavras-chave: representação mental, linguagem, psicologismo, psicologia, epistemologia.
Linha de Pesquisa: Teoria do Conhecimento
Referência: CASTRO, Heloisa Valéria. Lógica e antipsicologismo em Gottlob Frege: as críticas à teoria psicologista do significado e suas interrelações com a consolidação da psicologia como ciência. 2017. 145 f. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do ABC, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, 2017.
Disponível em: http://biblioteca.ufabc.edu.br/index.php?codigo_sophia=108443.
19 de Setembro de 2017 - Cristiano da Rocha Tavares
Banca: Paulo Tadeu da Silva (UFABC), Claudemir Roque Tossato (Unifesp); Luciana Zaterka (UFABC – Suplente), Homero Silveira Santiago (USP – Suplente);
Agenda: Data: 19/09/2017 – 13:30h, UFABC/SBC, Alfa 2, sala 205.
Dissertação: Da Astronomia Nova de Kepler: um estudo sobre a determinação da órbita elíptica de Marte
Resumo:
O presente trabalho tem por finalidade estudar como Johannes Kepler (1571-1630), em sua Astronomia Nova (1609), identifica e esboça uma nova astronomia, especialmente ao romper com o axioma platônico dos movimentos celestes circulares e uniformes ao propor uma órbita elíptica para o planeta Marte. Em particular, defendemos um ponto de vista que contraria a visão segundo a qual Kepler teria determinado a órbita elíptica de Marte utilizando única e exclusivamente os dados empíricos de Tycho Brahe (1546-1601). Este tipo de concepção se encontra bastante alinhada ao pensamento do grande tradutor das obras completas de Kepler, Max Caspar, que revela logo nas páginas iniciais da Astronomia Nova, na edição traduzida para o inglês por W. H. Donahue, a expressão aus der erfahrung bewiesen, cuja tradução do alemão remete à ideia de que as leis do movimento planetário teriam sido demonstradas por meio da experiência, ou seja, por meio dos dados observacionais. Com efeito, temos um entendimento que diverge desta visão estritamente empírica, pois consideramos a influência de duas hipóteses frequentemente negligenciadas pelos estudiosos de Kepler: a ação da força motriz solar sobre Marte, que daria conta de justificar a elipse mediante aspectos físicos ou metafísicos subjacentes ao método de cálculo, e o movimento de libração, responsável pelos fenômenos de aproximação e afastamento do planeta em relação ao Sol. Dessa forma, nossa pesquisa pretende esclarecer quais foram os pressupostos utilizados por Kepler para estabelecer o salto não trivial do círculo para a curva oval e, especialmente, da oval para a curva elíptica.
Palavras-chave: Kepler, Johannes; Astronomia Nova; Elipse; Força motriz solar.
Linha de pesquisa: Teoria do Conhecimento
Referência: TAVARES, Cristiano da Rocha. Da Astronomia Nova de Kepler: um estudo sobre a determinação da órbita elíptica de Marte. 2017. 170 f. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do ABC, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, 2017.
Disponível em: http://biblioteca.ufabc.edu.br/index.php?codigo_sophia=108490.
19 de Setembro de 2017 - Paluana Curvelo Luquiari
Banca: Anastasia Guidi Itokazu (UFABC), Claudemir Roque Tossato (Unifesp); Breno Arsioli Moura (UFABC – Suplente), Osvaldo Frota Pessoa Junior (USP – Suplente);
Agenda: Data: 19/09/2017 – 16:00h, UFABC/SBC, Alfa 2, sala 302.
Dissertação: Metodologia E Rigor Científico: um estudo de caso sobre os valores na cosmologia moderna
Resumo:
O presente trabalho visa analisar o desenvolvimento de uma nova metodologia, entre os séculos XVI e XVII, que parece promover um maior rigor científico. Tal metodologia expressa uma nova relação entre saber e técnica, pressupondo uma imagem de natureza que possa ser usada de modo a favorecer o correto entendimento de mundo. Valores cognitivos começam a ser estabelecidos para que a interpretação da natureza ocorresse da melhor forma possível. Na astronomia, foco do trabalho, essa estratégia se concretizou com o uso da luneta, por Galileu, bem como os critérios adotados por ele que se expressavam no desejo pela autonomia da ciência. Não obstante, espero demonstrar que essa metodologia começou com Tycho Brahe, importante astrônomo da era pré-telescópio que desenvolveu grandes instrumentos para o estudo dos céus de modo a obter os números mais exatos de sua época; igualmente, a adequação empírica parece ser um importante valor a ser manifestado por concepções científicas, segundo o pensamento do autor. Nesse sentido, o presente estudo de caso dará enfoque a este novo método que parece nascer com Brahe e se consolidar com Galileu.
Palavras-chave: Cosmologia, Tycho Brahe, Galileu Galilei, técnica, valores cognitivos.
Linha de pesquisa: Teoria do Conhecimento
Referência: LUQUIARI, Paluana Curvelo. Metodologia e rigor científico: um estudo de caso sobre os valores na cosmologia moderna. 2017. 151 f. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do ABC, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, 2017.
Disponível em: http://biblioteca.ufabc.edu.br/index.php?codigo_sophia=108445.
19 de Setembro de 2017 - Elisney Dias Francisco
Banca: Nathalie Bressiane (UFABC), Rafael Garcia (USP); Bruno Nadai (UFABC – Suplente), Monique Hulshof (UNICAMP – Suplente);
Agenda: Data: 19/09/2017 – 15:00h, UFABC/SBC, Alfa 2, sala 304.
Dissertação: O conceito de ser-impróprio e a angústia como caminho para um ser-autêntico: pensando uma ética em Heidegger
Resumo:
O presente trabalho tem como ponto de partida a constituição existencial do Dasein que, factualmente, está lançado no mundo e aí deve constituir-se em forma de projeto, possibilidade. Heidegger não pensa o ser humano senão radicado no mundo e, por isso, todas as relações que envolvem a existência humana acontecem a partir do momento em que esta é lançada ao mundo. Por estar lançado no mundo, o Dasein mistura-se com as coisas e os entes simplesmente dados, “perdendo” sua autenticidade e assumindo um ser-impróprio. A perspectiva de uma leitura ética na análise existencial do ser humano – Dasein – como ser-no-mundo, desvela uma ética originária. Não uma ética das normas, deveres e prescrições, mas uma ética da responsabilidade. O Dasein tem que responder por aquele que é. Enquanto essencialmente livre, ele é responsável por seu próprio ser, ou seja, ele é cuidado. O ser humano ou Dasein é essencialmente poder-ser como liberdade. Diante dessa facticidade, Heidegger aponta a angústia como “sentimento” responsável por revelar ao Dasein o seu ser autêntico, próprio, aberto e consciente do fato de que é um ser-para-morte, e que sua constituição, enquanto um ser que aí está, deve ser sempre em forma de projeto, sempre aberta às possiblidades que a existência lhe oferece. Existir, para o Dasein que encontra o ser autêntico, é nunca estar fechado.
Palavras-chave: Dasein; Heidegger; ética; angústia; ser-próprio
Linha de pesquisa: Ética e Filosofia Política
Referência: FRANCISCO, Elisney Dias. O conceito de ser-impróprio e a angústia como caminho para um ser autêntico: pensando uma ética em Heidegger. 2017. 94 f. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do ABC, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, São Bernardo do Campo, 2017.
Disponível em: http://biblioteca.ufabc.edu.br/index.php?codigo_sophia=110391.
18 de Setembro de 2017 - William Dubal da Silva
Banca: Wilson Antonio Frezzatti Junior (UNIOESTE) Fernando Costa Mattos (UAFBC); Eduardo Nasser (UFABC – Suplente); José Eduardo Marques Baioni (UFSCAR – Suplente);
Agenda: Data: 18/09/2017 – 10:00h, UFABC/SBC, sala 106, Bloco Alfa 1.
Dissertação: Corpo e vida pela perspectiva de F. Nietzsche
Resumo:
Neste trabalho, procuramos problematizar e discutir aspectos da tradição dualista metafísica responsável pelo reducionismo e desqualificação do corpo em relação à alma, tomando por base a filosofia de Friedrich Nietzsche. Tentamos demonstrar, à luz deste autor, de que maneira as visões dualistas de mundo vão de encontro às forças vitais do humano e em que medida há uma retroalimentação entre estas forças e o conhecimento produzido por elas. Assim, o esforço em avaliar a relação entre conhecimento e vida ou entre conhecimento e corpo, nos parece uma contribuição do pensamento nietzschiano. Sua forma de avaliar o desempenho dos saberes sugere alguns parâmetros que podem ser vantajosos para uma crítica à produção dos corpos, das subjetividades e dos modos de vida.
Palavras-chave: Nietzsche. Corpo. Vida. Ciência.
Linha de pesquisa: Teoria do Conhecimento
Referência: SILVA, William Dubal da. Corpo e vida pela perspectiva de Friedrich Nietzsche. 2017. 113 f. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do ABC, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, 2017.
Disponível em: http://biblioteca.ufabc.edu.br/index.php?codigo_sophia=108450.
11 de Setembro de 2017 - Thiago Henrique Cortez de Lisboa
Banca: Marcos A. Gleizer (UERJ – Titular); Celi Hirata (UFSCar – Titular); Luiz A. Eva (UFABC – Suplente); Alexandre O. Carrasco (UNIFESP – Suplente);
Agenda: Data: 11/09/2017 – 14:00h, Campus SBC, alfa 1, S103;
Dissertação: Autodeterminação: considerações sobre os aspectos ontológicos da liberdade humana na Ética de B. Espinosa
Resumo:
A pesquisa visa discutir os aspectos ontológicos gerais que fundamentam a liberdade humana no seio da filosofia de B. Espinosa, tendo por objeto de investigação sua obra magna, Ética demonstrada em ordem geométrica. Caracterizado por um determinismo causal absoluto, a filosofia de Espinosa elimina do sistema as noções de contingência, possibilidade e finalidade, impedindo que a liberdade seja entendida como livre-arbítrio (ou como um ato de livre escolha entre alternativas contrárias). No entanto, a filosofia espinosana não abole do sistema a concepção de liberdade; pelo contrário, o que vemos é uma definição de liberdade compatível com sua ontologia determinista, ou seja, que ela não se opõe à determinação interna, mas apenas à determinação externa do ser, possibilitando o uso do termo autodeterminação para nos referirmos à liberdade. Com isso: a liberdade se expressa em dois âmbitos: autodeterminação existencial e causal. Todavia, apenas a substância espinosana satisfaz plenamente estas condições, pois, sendo os homens entes finitos cuja existência e ações são determinadas “em outro e por outro”, seu ser parece ser duplamente desprovido de autodeterminação. Assim, a presente pesquisa investiga dois problemas fundamentais: 1) em que medida a determinação da existência e da ação humana “em outro e por outro” não configura um ato coercitivo? 2) como os homens, cujas ações são eventualmente determinadas exteriormente pela relação com os outros seres, pode determinar internamente suas próprias ações, manifestando com isso a autodeterminação causal? A pesquisa investiga estas questões reconstruindo e reinterpretando, em três capítulos, alguns conceitos julgados essenciais ao longo da Ética, a exemplo do conceito de conatus, elucidando como ele é um dos principais conceitos que ajudam a fundamentar e a explicar a noção e a possibilidade da liberdade humana enquanto autodeterminação no seio deste sistema determinista.
Palavras-chave: Espinosa; liberdade/autodeterminação; conatus; causa adequada; atividade.
Linha de pesquisa: Ética e Filosofia Política
Referência: LISBOA, Thiago Henrique Cortez de. Autodeterminação: considerações sobre os aspectos ontológicos da liberdade humana na Ética de B. Espinosa. 2017. 128 f. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do ABC, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, 2017.
Disponível em: http://biblioteca.ufabc.edu.br/index.php?codigo_sophia=108448.
11 de Setembro de 2017 - Lucas Dorado de Lima
Banca: Prof. Dr. Marcus Vinicius da Cunha (USP-Ribeirão), Prof. Dr. Paulo Tadeu da Silva (UFABC);
Agenda: Data: 11/09/2017 – 09h30, Campus SBC, Alfa 1, sala S105;
Dissertação: Argumentação e Filosofia do Pluralismo: aproximações a partir d’A Nova Retórica.
Resumo:
Busca-se, na presente dissertação, elucidar a natureza da argumentação a partir da concepção sistematizada por Perelman e Olbrechts-Tyteca no Tratado da argumentação: a nova retórica (2005), bem como estabelecer uma relação entre o exercício argumentativo e a concepção de uma filosofia do pluralismo. Para tanto, o texto é dividido em três momentos. O primeiro consiste em uma discussão acerca da natureza da argumentação na Grécia antiga a partir dos conceitos de retórica e dialética formulados por Platão e Aristóteles e a partir também da prática argumentativa exercida pelos sofistas – que serviram de substrato para a proposta cunhada pelo autor belga e sua colaboradora. Em um segundo momento, procura-se especificar a natureza da argumentação no âmbito d’A Nova Retórica como retomada dos conceitos gregos de retórica e dialética, destacando a racionalidade que essa representa (e que se contrapõe à racionalidade comum à modernidade, a qual se configura pertinente no âmbito das ciências naturais e formais, mas se desvanece da relação com o outro). No terceiro e último capítulo, empreende-se o esforço de relacionar a referida concepção de argumentação dialético-retórica com a concepção de filosofia do pluralismo, composta das noções de escuta, tolerância, não-violência e alteridade, pressupostas e reiteradas pela prática argumentativa proposta por Perelman e Olbrechts-Tyteca.
Palavras-chave: Argumentação; Filosofia do Pluralismo; Nova Retórica.
Linha de pesquisa: Teoria do Conhecimento
Referência: LIMA, Lucas Dorado de. Argumentação e filosofia do pluralismo: aproximações a partir d’A Nova Retórica. 2017. 104 f. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do ABC, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, 2017.
Disponível em: http://biblioteca.ufabc.edu.br/index.php?codigo_sophia=108444.
06 de Setembro de 2017 - Tatiana Peixoto dos Santos Alves Lima
Banca: Cesar Mangolin de Barros (Unimes), Silvio Ricardo Gomes Carneiro (UFABC)
Agenda: Dia 06/09/2017 – 10:00h, Campus SBC, Alfa 2, S302;
Dissertação: Pedagógica estranhada: crítica à educação para o mundo do trabalho
Resumo:
Tomando por base a obra de Karl Marx e a tradição marxista, nosso esforço se concentra em compreender a relação entre o sujeito e o trabalho, que a partir do modo de produção, se encontram estranhadas. Nossa opção por demonstrar uma filosofia estranhada, um sujeito estranhado e uma pedagógica estranhada, tem por finalidade explicitar que educação formal reproduz a lógica capitalista por meio da ideologia sob três principais papéis: o primeiro como mecanismo de instrução para o trabalho; o segundo como mercadoria fetichizada; e o terceiro como controle social.
Palavras-chave: Marx. Estranhamento. Educação. Práxis. Pedagógica.
Linha de pesquisa: Ética e Filosofia Política
Referência: LIMA, Tatiana Peixoto dos Santos Alves. Pedagógica estranhada: crítica à educação para o mundo do trabalho. 2017. 131 f. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do ABC, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, 2017.
Disponível em: http://biblioteca.ufabc.edu.br/index.php?codigo_sophia=108449.
10 de Agosto de 2017 - Bruno Reikdal Lima
Banca: Dr. Alípio Casali (PUC-SP), Dra. Suza Piza (UFABC)
Agenda: Dia 10/8, 14h00, Campus SBC, Alfa 1, sala 103.
Dissertação: Fetichização do poder como fundamento da corrupção: Uma proposta a partir da filosofia latino-americana de Enrique Dussel
Resumo:
Tendo como motivação e ponto de partida os acontecimentos e experiências políticas da segunda década dos anos 2000 no Brasil, em nossa pesquisa lançamos mão do método analético e da filosofia produzida por Dussel para explicitar sua proposta de “fetichização do poder” e apresentá-la como fundamento da corrupção nas instituições. Para tal, constituímos junto ao filósofo latino-americano a base material antropológica que dá conteúdo e que sustenta sua filosofia política em nosso primeiro capítulo. Em seguida, apresentamos os princípios ético-políticos de sua filosofia da libertação que guiam o processo de institucionalização de uma comunidade de vida. No terceiro capítulo, desenvolvemos a diferença entre o exercício obediencial e o exercício corrompido do poder, abrindo caminho para a explicitação do processo de “fetichização do poder”, tomando-o como fundamento da corrupção nas instituições. Cabe indicar que tomar a produção em filosofia política do latino-americano Enrique Dussel não implica em tomar a corrupção como um problema exclusiva ou redutivamente do campo político, mas que tomaremos a produção em política como estudo de caso para constituir um modelo teórico aberto que permita evidenciar o fundamento da corrupção institucional em diversos campos – ainda a ser criticado, melhorado e/ou transformado.
Palavras-chave: fetichização; Enrique Dussel; filosofia latino-americana; corrupção.
Bolsista CAPES
Linha de pesquisa: Ética e Filosofia Política
Referência: LIMA, Bruno Reikdal. Fetichização do poder como fundamento da corrupção: uma proposta a partir da filosofia latino-americana de Enrique Dussel. 2017. 179 f. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do ABC, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, 2017.
Disponível em: http://biblioteca.ufabc.edu.br/index.php?codigo_sophia=108433.